
Sábado Santo
A morte é sempre dramática. É a suprema clausura. Os dias seguintes à morte podem ser tudo menos dramáticos. São muitas vezes banais e sem cor, o início de uma lenta e imparável depressão. Os que se sentem deixados para trás nesta praia deserta da existência começam a adaptar-se ao espaço desocupado, ao vazio que lhes deixou a pessoa que amavam. A sua vida anteriormente girava à volta dessa pessoa em formas das quais eles só tinham meia consciência até aí, e a profundidades dentro de si mesmos que nunca tinham notado antes.
Este deve ter sido o caso dos que foram pessoalmente surpreendidos pela morte de Jesus na Cruz. Os que por ali estavam e a multidão sedenta de sangue esqueceram-se d’Ele rapidamente, apenas mais uma vítima dos tempos violentos em que viviam. A Sua família e amigos terão andado para trás e para a frente num espectro variando desde a vergonha e culpa até ao desapontamento, medo e raiva.
Precisamos deste tempo para chorar e lamentar e ocasionalmente desesperar ou exprimir raiva. O Sábado Santo simboliza este tempo, uma bacia hidrográfica sem água, uma ponte quebrada a meio, uma cadeira vazia, uma cama semi-ocupada.
De qualquer modo, isto é verdade na superfície. Mas, a partir das profundezas submersas, ouvimos o míssil do Espírito de Cristo a penetrar todas as mais escondidas, esquecidas e enterradas camadas da consciência. Elas estão presentes em nós, se ao menos soubéssemos, desde o início da evolução do humano. Mas nós preferimos não o saber porque iria confundir-nos saber quantos estágios do desenvolvimento pré-humano ainda permanecem em nós, quantos antepassados temos.
Enquanto o Jesus ainda não ressuscitado cruza o inferno, nós esperamos o seu ressurgimento no reino humano, onde nos reconhecemos a nós mesmos. Mas será que O vamos reconhecer ressuscitado? Em breve iremos ver como nós mudámos, como as pesadas correntes estão mais leves, afrouxadas se as quisermos testar. Iremos começar, durante os próximos séculos, a sentir como uma nova paz substitui os velhos medos, uma nova delicadeza a violência ancestral. Iremos ver conexões a crescer entre o pré-consciente e o consciente. Percepções profundas sobre justiça, liberdade e dignidade humanas, religião e relacionamentos humanos, emergem a partir desta nova consciência à medida que o humano é compreendido à luz da sua origem e meta.
Mas será que O vamos reconhecer ressuscitado? A Ele que disse: “vós e Eu formamos uma pessoa indivisa”?
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
A morte é sempre dramática. É a suprema clausura. Os dias seguintes à morte podem ser tudo menos dramáticos. São muitas vezes banais e sem cor, o início de uma lenta e imparável depressão. Os que se sentem deixados para trás nesta praia deserta da existência começam a adaptar-se ao espaço desocupado, ao vazio que lhes deixou a pessoa que amavam. A sua vida anteriormente girava à volta dessa pessoa em formas das quais eles só tinham meia consciência até aí, e a profundidades dentro de si mesmos que nunca tinham notado antes.
Este deve ter sido o caso dos que foram pessoalmente surpreendidos pela morte de Jesus na Cruz. Os que por ali estavam e a multidão sedenta de sangue esqueceram-se d’Ele rapidamente, apenas mais uma vítima dos tempos violentos em que viviam. A Sua família e amigos terão andado para trás e para a frente num espectro variando desde a vergonha e culpa até ao desapontamento, medo e raiva.
Precisamos deste tempo para chorar e lamentar e ocasionalmente desesperar ou exprimir raiva. O Sábado Santo simboliza este tempo, uma bacia hidrográfica sem água, uma ponte quebrada a meio, uma cadeira vazia, uma cama semi-ocupada.
De qualquer modo, isto é verdade na superfície. Mas, a partir das profundezas submersas, ouvimos o míssil do Espírito de Cristo a penetrar todas as mais escondidas, esquecidas e enterradas camadas da consciência. Elas estão presentes em nós, se ao menos soubéssemos, desde o início da evolução do humano. Mas nós preferimos não o saber porque iria confundir-nos saber quantos estágios do desenvolvimento pré-humano ainda permanecem em nós, quantos antepassados temos.
Enquanto o Jesus ainda não ressuscitado cruza o inferno, nós esperamos o seu ressurgimento no reino humano, onde nos reconhecemos a nós mesmos. Mas será que O vamos reconhecer ressuscitado? Em breve iremos ver como nós mudámos, como as pesadas correntes estão mais leves, afrouxadas se as quisermos testar. Iremos começar, durante os próximos séculos, a sentir como uma nova paz substitui os velhos medos, uma nova delicadeza a violência ancestral. Iremos ver conexões a crescer entre o pré-consciente e o consciente. Percepções profundas sobre justiça, liberdade e dignidade humanas, religião e relacionamentos humanos, emergem a partir desta nova consciência à medida que o humano é compreendido à luz da sua origem e meta.
Mas será que O vamos reconhecer ressuscitado? A Ele que disse: “vós e Eu formamos uma pessoa indivisa”?
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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