
Segunda-feira da Segunda Semana
O esgotamento (burnout) é mais do que um colapso. Pode parecer continuar a funcionar, mas por dentro, a pessoa está a apagar-se e em modo de fuga, emocionalmente isolado e sem qualquer sensação de alegria ou de significado nos seus próprios movimentos pelos quais, simplesmente, vai passando. Extinguiu-se a luz da vida que brilha nos olhos, ilumina a conversação com bom humor e que salienta os matizes e cores do mundo. Em vez disso, olha fixamente o mundo, em vez de o observar com deleite. As interações com as outras pessoas tornam-se informativas em vez de criativas. E o mundo fica cada vez mais saturado com uma única sombra cinzenta.
A Quaresma é uma época para pesquisarmos quaisquer sinais de esgotamento. Eles podem se revelar a si mesmos em padrões de irritabilidade e de afastamento do contacto com os outros para uma falsa solidão. A verdadeira solidão refresca os nossos relacionamentos. Ajuda-nos a ver se alguns dos nossos relacionamentos são realmente perdas de tempo mútuas, usando-nos uns aos outros para evitar ir até níveis mais profundos. Mas, na verdadeira solidão, em que estamos expostos à nossa misteriosa singularidade e não fugimos dela, nós vemos as nossas ligações com os outros tornarem-se mais significativas e mutuamente abertas à profundidade. A meditação é a verdadeira solidão.
As práticas quaresmais – a nossa renúncia, despojamento e oração com mais seriedade – são a nossa forma de pesquisarmos por sintomas de esgotamento, um vazamento da fé e um cansaço com a vida. Elas clarificam a mente pelo rescrever dos antigos padrões mentais, intuitivamente dando-nos poder com o autoconhecimento de que precisamos para continuar a funcionar interiormente, e não nos apenas a fingir que o fazemos. É um paradoxo do equilíbrio e do bem-estar humanos que o desapego e o compromisso caminhem de mãos dadas.
Se não soubermos como voltar atrás, como abrir a nossa mão que agarra e largar, como arranjar tempo para a oração, para estarmos off-line, em breve sentiremos que alguma coisa está estranha na nossa vida e nos nossos relacionamentos. De facto, algo está mal em nós, mas, como de costume, nós primeiro culpamos os outros, o destino ou Deus. Nós estamos, realmente, lentamente a afastarmo-nos do comprimento de onda do espírito que dá à vida a sua capacidade de crescimento e transcendência. Sem estes, a experiência ela própria – em absolutamente tudo aquilo em que estamos envolvidos – começa a implodir e a desconstruir-se. A reciprocidade vital do ser colapsa num estado autónomo e autocentrado.
Jesus disse aos Seus discípulos – o que quer dizer, a todos os que podiam ouvir – que o caminho para sair do esgotamento, da depressão, da meia-vida, é restaurar a reciprocidade com a vida. Sede compassivos como o vosso Pai é compassivo. Não julgueis e não sereis vós mesmos julgados; não condeneis e não sereis condenados; concedei o perdão e sereis vós mesmos perdoados. Dai e haverá dons para vós: uma medida cheia, calcada, remexida e a transbordar será despejada no vosso colo; porque a medida com que medis é a medida com que sereis recompensados.
Dar e receber tornam-se então um único ritmo. Passamos para além da política do medo, da segregação e do ódio, para uma sociedade de partilha, uma comunidade que desfruta do facto de ser humana, uma vida que transborda.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
O esgotamento (burnout) é mais do que um colapso. Pode parecer continuar a funcionar, mas por dentro, a pessoa está a apagar-se e em modo de fuga, emocionalmente isolado e sem qualquer sensação de alegria ou de significado nos seus próprios movimentos pelos quais, simplesmente, vai passando. Extinguiu-se a luz da vida que brilha nos olhos, ilumina a conversação com bom humor e que salienta os matizes e cores do mundo. Em vez disso, olha fixamente o mundo, em vez de o observar com deleite. As interações com as outras pessoas tornam-se informativas em vez de criativas. E o mundo fica cada vez mais saturado com uma única sombra cinzenta.
A Quaresma é uma época para pesquisarmos quaisquer sinais de esgotamento. Eles podem se revelar a si mesmos em padrões de irritabilidade e de afastamento do contacto com os outros para uma falsa solidão. A verdadeira solidão refresca os nossos relacionamentos. Ajuda-nos a ver se alguns dos nossos relacionamentos são realmente perdas de tempo mútuas, usando-nos uns aos outros para evitar ir até níveis mais profundos. Mas, na verdadeira solidão, em que estamos expostos à nossa misteriosa singularidade e não fugimos dela, nós vemos as nossas ligações com os outros tornarem-se mais significativas e mutuamente abertas à profundidade. A meditação é a verdadeira solidão.
As práticas quaresmais – a nossa renúncia, despojamento e oração com mais seriedade – são a nossa forma de pesquisarmos por sintomas de esgotamento, um vazamento da fé e um cansaço com a vida. Elas clarificam a mente pelo rescrever dos antigos padrões mentais, intuitivamente dando-nos poder com o autoconhecimento de que precisamos para continuar a funcionar interiormente, e não nos apenas a fingir que o fazemos. É um paradoxo do equilíbrio e do bem-estar humanos que o desapego e o compromisso caminhem de mãos dadas.
Se não soubermos como voltar atrás, como abrir a nossa mão que agarra e largar, como arranjar tempo para a oração, para estarmos off-line, em breve sentiremos que alguma coisa está estranha na nossa vida e nos nossos relacionamentos. De facto, algo está mal em nós, mas, como de costume, nós primeiro culpamos os outros, o destino ou Deus. Nós estamos, realmente, lentamente a afastarmo-nos do comprimento de onda do espírito que dá à vida a sua capacidade de crescimento e transcendência. Sem estes, a experiência ela própria – em absolutamente tudo aquilo em que estamos envolvidos – começa a implodir e a desconstruir-se. A reciprocidade vital do ser colapsa num estado autónomo e autocentrado.
Jesus disse aos Seus discípulos – o que quer dizer, a todos os que podiam ouvir – que o caminho para sair do esgotamento, da depressão, da meia-vida, é restaurar a reciprocidade com a vida. Sede compassivos como o vosso Pai é compassivo. Não julgueis e não sereis vós mesmos julgados; não condeneis e não sereis condenados; concedei o perdão e sereis vós mesmos perdoados. Dai e haverá dons para vós: uma medida cheia, calcada, remexida e a transbordar será despejada no vosso colo; porque a medida com que medis é a medida com que sereis recompensados.
Dar e receber tornam-se então um único ritmo. Passamos para além da política do medo, da segregação e do ódio, para uma sociedade de partilha, uma comunidade que desfruta do facto de ser humana, uma vida que transborda.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
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