
Sexta-feira depois das Cinzas
A viagem de quarenta dias começa de novo, do princípio, todos os dias. Todas as realizações ou fracassos são apagados ou tornam-se arquivos sem importância na história de cada um. Não é que o que aconteceu ontem não conte para nada. Conta sim. Mas o seu significado só é compreendido quando o vemos com os olhos da misericórdia e do humor. O julgamento e a condenação cheios de auto-importância, o elogio, o auto-embelezamento e o maldoso apontar de culpas do ego não têm ligação com a realidade de como o passado se torna no presente. A tentação de transformar pedras em pão é a ganância. As tentações de hoje, que iremos encontrar nesta viagem, como aconteceu com Jesus antes de nós, são a vaidade e o orgulho.
Então, o diabo conduziu-o à cidade santa e, colocando-o sobre o pináculo do templo, disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.»
Disse-lhe Jesus: «Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus!»
Muitos projectos de sucesso colapsaram por causa duma erupção final e bastante desnecessária de orgulho egotista. Superar-se a si mesmo. Testar e ver o quanto o nosso poder sobre os outros é omnipotente. É a última aposta do jogador, em que põe tudo no próximo lançamento dos dados, dividido entre a esperança de ganhar e a esperança de perder. Cada templo do ego é desestabilizado pelo desejo de testar a sua estabilidade e o sentimento de que as aclamadas conquistas duma pessoa poderiam, de facto, ser ilegítimas Pôr Deus à prova é autodestruição.
Jesus não foi tentado pelo pão. Mas o mais alto pináculo da cidade santa e a sua maior construção religiosa egotista poderiam ser o descalabro de qualquer asceta perto do fim dos seus quarenta dias. O diabo aparece a citar a Escritura sempre que torcemos a verdade nas nossas mentes auto-iludidas para instalarmos o ego onde deveria estar Deus.
E onde deveria estar Deus? No topo do nosso “sistema de valores”? Isso não seria mais do que esse estranho e pequeno deus do fundamentalismo ou da superstição.
A palavra “templum” originalmente significava, não a estrutura que construímos – a Basílica de S. Pedro, a Abadia, a Ka’aba, a Casa Branca. Significava o espaço vazio de oração. Na meditação, reconhecemos a natureza não estruturada, plenamente simples de Deus. Se conseguirmos estar sobre ela e olhar de cima para baixo para todas as coisas, então não é Deus.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
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A viagem de quarenta dias começa de novo, do princípio, todos os dias. Todas as realizações ou fracassos são apagados ou tornam-se arquivos sem importância na história de cada um. Não é que o que aconteceu ontem não conte para nada. Conta sim. Mas o seu significado só é compreendido quando o vemos com os olhos da misericórdia e do humor. O julgamento e a condenação cheios de auto-importância, o elogio, o auto-embelezamento e o maldoso apontar de culpas do ego não têm ligação com a realidade de como o passado se torna no presente. A tentação de transformar pedras em pão é a ganância. As tentações de hoje, que iremos encontrar nesta viagem, como aconteceu com Jesus antes de nós, são a vaidade e o orgulho.
Então, o diabo conduziu-o à cidade santa e, colocando-o sobre o pináculo do templo, disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.»
Disse-lhe Jesus: «Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus!»
Muitos projectos de sucesso colapsaram por causa duma erupção final e bastante desnecessária de orgulho egotista. Superar-se a si mesmo. Testar e ver o quanto o nosso poder sobre os outros é omnipotente. É a última aposta do jogador, em que põe tudo no próximo lançamento dos dados, dividido entre a esperança de ganhar e a esperança de perder. Cada templo do ego é desestabilizado pelo desejo de testar a sua estabilidade e o sentimento de que as aclamadas conquistas duma pessoa poderiam, de facto, ser ilegítimas Pôr Deus à prova é autodestruição.
Jesus não foi tentado pelo pão. Mas o mais alto pináculo da cidade santa e a sua maior construção religiosa egotista poderiam ser o descalabro de qualquer asceta perto do fim dos seus quarenta dias. O diabo aparece a citar a Escritura sempre que torcemos a verdade nas nossas mentes auto-iludidas para instalarmos o ego onde deveria estar Deus.
E onde deveria estar Deus? No topo do nosso “sistema de valores”? Isso não seria mais do que esse estranho e pequeno deus do fundamentalismo ou da superstição.
A palavra “templum” originalmente significava, não a estrutura que construímos – a Basílica de S. Pedro, a Abadia, a Ka’aba, a Casa Branca. Significava o espaço vazio de oração. Na meditação, reconhecemos a natureza não estruturada, plenamente simples de Deus. Se conseguirmos estar sobre ela e olhar de cima para baixo para todas as coisas, então não é Deus.
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