
Terça-feira da Quinta Semana
Na primeira das leituras de hoje vemos os israelitas de novo a achar a caminhada que atravessa o deserto insuportavelmente entediante. Eles desejam variedade e um estímulo novo, tal como antes desejavam recuperar a comida a que estavam acostumados, mesmo que isso custasse o regresso à condição de escravidão. Se conhecermos os nossos vícios, facilmente iremos reconhecer esta tendência recorrente na nossa vontade.
Em recompensa pela sua incapacidade de se manterem entediados e deste modo transcenderem a sua vontade, receberam serpentes venenosas para os morderem. É um poderoso símbolo do que é ser controlado pelos nossos desejos. E, de novo, é algo que todos nós somos capazes de reconhecer, grosseiramente ou a níveis mais subtis. Aplausos a quem pensar que tem completo domínio sobre si mesmo.
A segunda leitura continua a expor o doloroso grito de Jesus no deserto dos Seus relacionamentos com os que contestavam e não O conseguiam reconhecer. Estas pessoas personificam as vistas-curtas e a mente-sangrenta da resistência ao deserto. Mostra o conflito entre a ignorância deles e a falta de sucesso em comunicar-lhes aquilo que almejava, com a eterna ânsia da parte iluminada de nós mesmos, por partilhar plenamente. “Partilhei convosco tudo o que aprendi de Meu Pai”, diz Ele aos Seus discípulos na véspera da Sua morte.
Quando os Seus detratores Lhe perguntam “quem és Tu?”, estão a deter o fluxo para poderem etiquetar a experiência. Para receber o que Ele tenta partilhar, eles teriam que abrir mão da ilusão de controlo, o enquadrar um modelo à realidade, que constitui o nosso pior vício. É um grau de pobreza demasiado distante para eles, tal como é para nós na vida a maior parte do tempo, e na meditação muito do tempo. Ele não pode responder à pergunta deles nos seus termos e manter-se verdadeiro. Teria que mentir para o explicar duma forma que pudesse satisfazê-los e alimentar a autojustificação deles. Por isso, mantém-se no fluxo e responde invocando “Aquele que Me enviou”, que é verdadeiro e que Lhe ensinou tudo aquilo que Ele quer “declarar ao mundo”.
Neste descalabro da comunicação e começo das hostilidades que irão conduzir à Sua morte, Jesus revela uma vasta ternura. Quer o Seu Pai tenha uma longa barba branca e se sente num trono, quer não, Ele é um oceano de verdadeira ternura. Esta é acompanhada por uma sempre vulnerável delicadeza de auto-reconhecimento que ocorre quando estamos absorvidos na verdade, na beleza ou no amor. Em Deus.
Ele não está a tentar colar um rótulo sobre outro numa guerra de ideias. Ele não está a tentar ganhar, controlar, estabelecer um domínio teológico. Confrontado com o pior da religião (que cheia de ódio nega a Deus em nome de Deus), abandona a religião e tudo o que podemos ver é a ardente luminosidade do Seu Espírito, o Seu relacionamento com a Sua fonte.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Na primeira das leituras de hoje vemos os israelitas de novo a achar a caminhada que atravessa o deserto insuportavelmente entediante. Eles desejam variedade e um estímulo novo, tal como antes desejavam recuperar a comida a que estavam acostumados, mesmo que isso custasse o regresso à condição de escravidão. Se conhecermos os nossos vícios, facilmente iremos reconhecer esta tendência recorrente na nossa vontade.
Em recompensa pela sua incapacidade de se manterem entediados e deste modo transcenderem a sua vontade, receberam serpentes venenosas para os morderem. É um poderoso símbolo do que é ser controlado pelos nossos desejos. E, de novo, é algo que todos nós somos capazes de reconhecer, grosseiramente ou a níveis mais subtis. Aplausos a quem pensar que tem completo domínio sobre si mesmo.
A segunda leitura continua a expor o doloroso grito de Jesus no deserto dos Seus relacionamentos com os que contestavam e não O conseguiam reconhecer. Estas pessoas personificam as vistas-curtas e a mente-sangrenta da resistência ao deserto. Mostra o conflito entre a ignorância deles e a falta de sucesso em comunicar-lhes aquilo que almejava, com a eterna ânsia da parte iluminada de nós mesmos, por partilhar plenamente. “Partilhei convosco tudo o que aprendi de Meu Pai”, diz Ele aos Seus discípulos na véspera da Sua morte.
Quando os Seus detratores Lhe perguntam “quem és Tu?”, estão a deter o fluxo para poderem etiquetar a experiência. Para receber o que Ele tenta partilhar, eles teriam que abrir mão da ilusão de controlo, o enquadrar um modelo à realidade, que constitui o nosso pior vício. É um grau de pobreza demasiado distante para eles, tal como é para nós na vida a maior parte do tempo, e na meditação muito do tempo. Ele não pode responder à pergunta deles nos seus termos e manter-se verdadeiro. Teria que mentir para o explicar duma forma que pudesse satisfazê-los e alimentar a autojustificação deles. Por isso, mantém-se no fluxo e responde invocando “Aquele que Me enviou”, que é verdadeiro e que Lhe ensinou tudo aquilo que Ele quer “declarar ao mundo”.
Neste descalabro da comunicação e começo das hostilidades que irão conduzir à Sua morte, Jesus revela uma vasta ternura. Quer o Seu Pai tenha uma longa barba branca e se sente num trono, quer não, Ele é um oceano de verdadeira ternura. Esta é acompanhada por uma sempre vulnerável delicadeza de auto-reconhecimento que ocorre quando estamos absorvidos na verdade, na beleza ou no amor. Em Deus.
Ele não está a tentar colar um rótulo sobre outro numa guerra de ideias. Ele não está a tentar ganhar, controlar, estabelecer um domínio teológico. Confrontado com o pior da religião (que cheia de ódio nega a Deus em nome de Deus), abandona a religião e tudo o que podemos ver é a ardente luminosidade do Seu Espírito, o Seu relacionamento com a Sua fonte.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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