
Terceiro Domingo da Quaresma
O tempo voa – terceiro Domingo da Quaresma – e o que é que já aprendemos? O que foi que perdemos, a que renunciámos ou de que abrimos mão como devíamos? Será que o nosso nível de medo desceu um bocadinho? Será que compreendemos melhor que o “temor de Deus”, de que tanto ouvimos falar, não significa medo de Deus, como nos ensinaram – medo de sermos castigados quando somos apanhados? Significa aquilo que a samaritana, no poço, descobriu que significava, num certo meio-dia abrasador.
O evangelho de hoje traz-nos a um dos encontros mais dramáticos e shakespearianos de que temos notícia na vida de Jesus. Certo dia, abrasado e cansado da caminhada, Jesus parou para descansar ao pé dum poço. Os discípulos tinham ido às compras e deixaram-No sozinho. Uma mulher dum grupo étnico estranho apareceu para buscar água. Pelo que ela diz na conversa que se seguiu, conseguimos adivinhar que não quereria vir ao poço ao fim da tarde, quando as outras mulheres da aldeia gostavam de vir para coscuvilhar. Porque ela própria era objecto dessa coscuvilhice. Tal como Jesus, ela estava sozinha.
Vale a pena ler a história toda - Jo 4:5-42 – que deve constituir um dos mais examinados e comentados textos de qualquer tradição.
A solidão dela não a tinha tornado uma mulher amarga e assutada. Mas ela tinha língua afiada e (tendo tido cinco maridos) não tinha medo dos homens, mesmo numa das culturas mais misóginas. A controvérsia oral entre ela e Jesus, no princípio, mostra a valentia dela e a abertura d’Ele às pessoas tal como são, sem qualquer sentido condescendente da Sua própria importância superior. Este embate de personalidades, enquanto iguais, produz um resultado dramático. Ela regressa à sua inocência original (e à sua comunidade) e reconhece, mesmo numa figura masculina, a verdade, a sabedoria e o amor que (podemos imaginar) são as razões dos seus relacionamentos em série.
Ela era destemida, mas não tinha ainda, até esse meio-dia, encontrado o parceiro de intimidade que lhe permitisse usar essa liberdade destemida de modo a amar.
E nós, já o fizemos?
Se não, estaremos à procura no lugar certo? Será que um poço é um bom local para começar?
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
O tempo voa – terceiro Domingo da Quaresma – e o que é que já aprendemos? O que foi que perdemos, a que renunciámos ou de que abrimos mão como devíamos? Será que o nosso nível de medo desceu um bocadinho? Será que compreendemos melhor que o “temor de Deus”, de que tanto ouvimos falar, não significa medo de Deus, como nos ensinaram – medo de sermos castigados quando somos apanhados? Significa aquilo que a samaritana, no poço, descobriu que significava, num certo meio-dia abrasador.
O evangelho de hoje traz-nos a um dos encontros mais dramáticos e shakespearianos de que temos notícia na vida de Jesus. Certo dia, abrasado e cansado da caminhada, Jesus parou para descansar ao pé dum poço. Os discípulos tinham ido às compras e deixaram-No sozinho. Uma mulher dum grupo étnico estranho apareceu para buscar água. Pelo que ela diz na conversa que se seguiu, conseguimos adivinhar que não quereria vir ao poço ao fim da tarde, quando as outras mulheres da aldeia gostavam de vir para coscuvilhar. Porque ela própria era objecto dessa coscuvilhice. Tal como Jesus, ela estava sozinha.
Vale a pena ler a história toda - Jo 4:5-42 – que deve constituir um dos mais examinados e comentados textos de qualquer tradição.
A solidão dela não a tinha tornado uma mulher amarga e assutada. Mas ela tinha língua afiada e (tendo tido cinco maridos) não tinha medo dos homens, mesmo numa das culturas mais misóginas. A controvérsia oral entre ela e Jesus, no princípio, mostra a valentia dela e a abertura d’Ele às pessoas tal como são, sem qualquer sentido condescendente da Sua própria importância superior. Este embate de personalidades, enquanto iguais, produz um resultado dramático. Ela regressa à sua inocência original (e à sua comunidade) e reconhece, mesmo numa figura masculina, a verdade, a sabedoria e o amor que (podemos imaginar) são as razões dos seus relacionamentos em série.
Ela era destemida, mas não tinha ainda, até esse meio-dia, encontrado o parceiro de intimidade que lhe permitisse usar essa liberdade destemida de modo a amar.
E nós, já o fizemos?
Se não, estaremos à procura no lugar certo? Será que um poço é um bom local para começar?
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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