WCCM - MEDITAÇÃO CRISTÃ (Portugal)
  • MEDITAÇÃO CRISTÃ
    • Sobre Meditação >
      • Meditação e Oração
      • O MANTRA
    • Como meditar
    • Meditação com Crianças
  • A COMUNIDADE
    • O Grupo de Meditação Semanal >
      • A Importância do Grupo
    • GRUPOS DE MEDITAÇÃO >
      • Grupos On-line
    • Sobre a WCCM
  • JOHN MAIN
    • Sabedoria - John Main
    • O Coração da Criação
    • Os oceanos de Deus: Última Carta de John Main
    • Seminário John Main 2020
    • Aniversário de John Main 2019
    • Aniversário de John Main - 30 de dezembro de 2015
  • LAURENCE FREEMAN
    • Fr. Laurence Freeman em Portugal 2017 >
      • Retiro com Fr. Laurence Freeman_20170310-13
      • Conf_Lisboa20170310_Fr. Laurence Freeman
      • SemFtMeditaçãoCrianças_Fatima20170312_Fr. LaurenceFreeman
      • SemCxMeditaçãoCrianças_Coimbra20170312_Fr. Laurence Freeman
      • Conf_Coimbra20170312_Fr. Laurence Freeman
      • Conf_Porto20170313_Fr. Laurence Freeman
  • ATIVIDADES
    • Conferências online
    • Ora et Labora
    • Eucaristia Contemplativa
    • Meditação Cristã e Artes Orientais
    • Fim-de-semana "Partilhar o Essencial" >
      • Fim-de-semana "Partilhar o Essencial"
    • Workshops com professores e educadores
    • Cursos, Apresentações, Workshops e >
      • A Nuvem do Não Saber
      • Curso Introdutório - 20161118-20 - Rio Maior
    • Peregrinações e Caminhadas >
      • Peregrinação a Fátima, 2019, 8-12 de Maio >
        • Peregrinação a Fátima, 2016, 8-12 de Maio
      • Caminhadas 2016 - Lisboa
    • Laudato Si' 2019 - Meditação pela Criação >
      • Laudato Si' 2015 - Meditação pela Criação
    • Diálogo Inter-Religioso >
      • Dia Internacional da Paz - Meditação Inter-Religiosa pela Paz
    • AGENDA Atividades
  • RECURSOS
    • Biblioteca Partilhada
    • QUARESMA 2023 - Reflexões
    • QUARESMA 2022 - Reflexões >
      • QUARESMA 2021 - Reflexões
      • QUARESMA 2020 - Reflexões
      • QUARESMA 2019 - Reflexões
      • QUARESMA 2018 - Reflexões
      • QUARESMA 2017 - Reflexões
      • QUARESMA 2016 - Reflexões >
        • Retiro da Semana Santa 2016
      • QUARESMA 2015 - Reflexões >
        • Como aproveitar ao máximo
        • Evangelhos-Quaresma 2015
    • ADVENTO 2020 - Reflexões >
      • ADVENTO 2019 - Reflexões
      • ADVENTO 2018 - Reflexões
      • ADVENTO 2017 - Reflexões
      • ADVENTO 2016 - Reflexões
      • ADVENTO 2015 - Reflexões
    • LEITURAS SEMANAIS
    • LIVROS E MONOGRAFIAS
    • DVD's e CD's
    • JORNAL
    • DOCUMENTOS >
      • TESTEMUNHOS
  • CONTATOS
    • Receba in-formativos
  • DONATIVO

Reflexões para a Quaresma 2019

                                                                       .     
​LAURENCE FREEMAN OSB 

Receba os nosso In-formativos

Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor

21/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Domingo da Páscoa
 (Lucas 24:13-35)
 
Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram, então, um ao outro: “Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 


Ele vem a nós oculto. A salvação consiste em reconhecê-lo. (Simone Weil)

Tem sido um longo caminho desde Quarta-feira de Cinzas até à manhã da Ressurreição. Ainda não acabou. Qualquer coisa que tenhamos perdido, iremos revisitá-la tantas vezes quanto necessário até a reconhecermos. Mas, a partir de agora, o caminho é banhado pela Sua luz. Acima de tudo, já nada mais há a temer.


O nosso convite para morrermos é também um convite para nos erguermos para nova vida, para a comunidade, para a comunhão, para uma vida plena sem medo. Suponho que seria difícil estimar o que é que as pessoas mais temem – a morte ou a ressurreição. Mas na meditação nós perdemos todo o nosso medo, porque compreendemos que a morte é morte para o medo e a ressurreição é erguermo-nos para nova vida. (John Main).



PÁSCOA FELIZ
ALELUIA!



 
 
Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
0 Comments

Sábado Santo (2019)

20/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Sábado Santo
(De uma homilia do séc. II)


Algo de estranho está a acontecer – há um grande silêncio na Terra hoje; um grande silêncio e uma grande quietude. Toda a Terra guarda silêncio.


A morte é um professor duro. Mas é um bom professor. Parece ao princípio que é o grande inimigo – como grandes professores sempre parecem. Porém, quando já aprendemos com ela, torna-se nossa amiga. No Katha Upanishad, o rapaz chamado Nachiketas está decidido a descobrir o significado da verdade e sabe que terá de penetrar e de questionar a morte, se quiser ser bem-sucedido. Deixando a sua casa e a família começa a sua busca atravessando os limites do mundo conhecido. Todas as tradições de sabedoria reconhecem a importância de recordar que vamos morrer e relembram-nos de que a tentação de lhe resistir – por muito que seja compreensível – é negar a realidade.

Hoje, Sábado Santo, é o dia seguinte. Já não podemos negá-la. Encarando isto, também aprendemos o significado do silêncio. Nada é mais silencioso do que a morte. Não só a morte é silenciosa, como tornar-se silencioso é morrer – para nós mesmos. A única forma de podermos abordar a dimensão do divino é através do silêncio de todas as nossas faculdades. Não há plataforma de observação onde o ego se possa refugiar, para dizer “como isto está silencioso aqui”. Como é que é estar morto é coisa que os vivos nunca saberão. Vislumbramos, com um certo grau de medo, que o nosso corpo não é propriedade privada.

Viver com esta incerteza torna a contemplação inevitável. De outro modo nós construímos falsas certezas e seguranças que roubam à vida a sua dignidade e alegria. Na meditação, o trabalho do silêncio, todas as nossas ideias sobre Deus tornam-se obsoletas. Deus morre – como a moderna sociedade secular bem sabe. No entanto Deus sobrevive à Sua própria morte. Não é Deus que morre, mas as nossas mais preciosas imagens de Deus.

Por muito doloroso que seja o abismo da ausência na morte, se abraçarmos o silêncio, aprendemos que nem a morte nem o silêncio são negação ou uma evacuação do significado. É vazio, que é simultaneamente a completa plenitude: a pobreza de espírito que faz de nós cidadãos de pleno direito do Reino de Deus.

O silêncio nada diz. Não tem qualquer mensagem a não ser ele mesmo. O silêncio cresce através de todas as dimensões da realidade. O silêncio do corpo acontece, não por via de o oprimir ou humilhar mas por meio da disciplina da moderação e do amor. O corpo tem um milhão de coisas a funcionar ao mesmo tempo. A não ser que estejamos doentes, não estamos nem precisamos de estar conscientes de todas elas. Mas é mais difícil meditar e fazer o trabalho do silêncio quando temos uma dor de dentes ou o nariz a pingar. O silêncio da mente é também alcançado, não através da força, mas da repetida gentileza de treinamos a nossa atenção – pondo a nossa mente no Reino de Deus. Não na ideia ou na imagem do reino, mas no Reino que é silencioso. Mais ainda, que é silêncio.

Tudo, incluindo a linguagem e a imaginação, procede do silêncio. Para vivermos e verdadeiramente estarmos em busca, precisamos de regressar, frequentemente, ao trabalho do silêncio, até ele se tornar, tal como as nossas operações biológicas, um ritmo natural abençoado sobre o qual não precisamos de pensar. Jesus mergulha no mais profundo da mente do cosmos e explora cada recanto da natureza humana e da história. Ele toca o ponto singular de origem e de simplicidade, em que a Ciência acredita mas que não consegue encontrar. O Sábado Santo é a festa da quietude universal no coração da realidade. Quando a nossa mente se abre para aprender isto, não se torna silenciosa. Torna-se silêncio: para além de todo os pensamentos, palavras e imagens. É a grande libertação.

Tal como o silêncio, em silêncio nós esperamos pelo grande evento que manifesta a vida do amor a partir da qual tudo o que existe veio e ao qual regressa.





​Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
0 Comments

Sexta-feira Santa

19/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Sexta-feira Santa
(João 18, 1 - 19, 42)

Um dos guardas que estava ali presente deu uma bofetada a Jesus e disse-Lhe: “É assim que respondes ao sumo sacerdote?”. Jesus respondeu-lhe: “Se falei mal, mostra-Me em quê. Mas, se falei bem, porque Me bates?”

O relato da Paixão de Cristo apresenta-se como um dos maiores textos de todos os tempos que reflecte a profundidade de significado humano. É completamente pessoal – o indivíduo inocente, falsamente acusado, bode expiatório e tratado de forma desumana, torturado e barbaramente executado. É uma velha história que mostra o pior lado do uso pela humanidade do poder de uns sobre os outros; e está a acontecer neste momento enquanto eu escrevo, e você lê isto. Cada caso, todavia, é único. A própria particularidade de cada um é o que revela o significado universal e com significado – o sentido de conexão – há, paradoxalmente, sempre esperança.

A Sexta-feira Santa expande o sentido humano da dimensão espiritual. Traz-nos para o lado do bode expiatório, de modo a que o mecanismo pelo qual culpamos os outros, e os fazemos sofrer por nós, seja exposto. O segredo de como o poder age é exteriorizado. Vemos o mundo tal como ele é. A violência é irracional. Quando Jesus responde ao guarda que Lhe bate, vemos a razão a retirar o poder às fachadas da violência. Não conhecemos a resposta do guarda. A única real resposta é admitir o auto-engano por trás de tamanha violência. Incapaz de admitir isto, ele provavelmente esbofeteou Jesus novamente.

Há outra dimensão de significado, ainda mais transformadora do que a exposição do nosso vício de violência. Ela refere-se ao significado do sofrimento. Na obra de Santideva “Um Guia para o Caminho de Vida Bodhisattva”, um clássico budista datado do século 8 depois de Cristo, vemos como este significado se tornou universalizado. Um bodhisattva é um ser humano que devota todo o seu ser ao bem-estar da Humanidade, a aliviar o sofrimento em todo o lado. O Dalai Lama comenta este texto dizendo que, quando um grande bodhisattva sofre, gera não negatividade.

O Evangelho vai mais longe quando nos traz as últimas palavras de Jesus na Cruz: “Pai, perdoa-lhes pois eles não sabem o que fazem.” A Cruz não somente gera não negatividade. Ela gera ilimitadas sabedoria e compaixão. Se Jesus tivesse dito: “Eu os perdoo...”, isso teria sido mais fraco por causa da sua individualidade. Em vez disso, Ele pediu o perdão a partir do terreno do ser sobre o qual Ele – e aqueles que O atormentaram e aqueles que O traíram - e todos se encontravam. Isto não é um indulto judicial, um mero acto de clemência. Provém de um entendimento profundo da causa, da ignorância e da falta de autoconsciência, dos responsáveis. Num instante vemos o significado do perdão, para nós mesmos e para os outros.

A morte de Jesus gera uma onda de iluminado amor que lava todas as dimensões da realidade, todos os tempos e espaços. Reconhecido ou não, o Seu sofrimento toca-nos a todos. Expõe as nossas faltas humanas, mas sem acusação ou culpa. Faz isto revelando a nossa bondade essencial e o nosso potencial. É por isso que no antigo claustro de Bonnevaux, esta tarde, iremos escolher avançar, fazer uma vénia à Cruz e beijá-la. 





​Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
0 Comments

Quinta-feira Santa

18/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Quinta-feira Santa
(João 13:1-15)

Chegou, pois, a Simão Pedro. Este disse-lhe: “Senhor, Tu é que me lavas os pés?”


No relato de S. João da Última Ceia, há uma ênfase maior no lava-pés do que no pão e vinho. Mas ambos os pontos de vista se focam no corpo.

Para compreender o quão central o corpo humano é para o significado da Páscoa – realmente para a própria essência do Cristianismo – precisamos de pensar no nosso próprio corpo. Pensar no nosso próprio corpo habitualmente envolve duas opções. Uma é, o quão atractivo ou não atractivo eu sinto que eu próprio sou, em termos físicos. Há, um breve e até gloriosamente imortal, período na vida em que nós (nunca com cem por cento de certeza) percebemos que somos jovens, que estamos em forma e que podemos até ser competitivos com outros corpos no mercado. Há uns poucos entre os nossos contemporâneos que estão gloriosamente certos de o serem, por algum tempo. Se estivessem num mercado de escravos na Roma Antiga, seriam o produto mais cobiçado em negociação. Esta – espera-se – será apenas uma chave menor na nossa própria auto-estima; e, para a maior parte de nós é algo sob controlo. Mas durante um certo período de tempo podemos estar seguros quanto ao nosso ser físico. Cada vez mais, hoje em dia, porém, e tragicamente, os jovens sentem-se alienados dos seus próprios corpos, como o demonstram as desordens da automutilação e alimentares.

A outra opção vem mais tarde, quando pensamos nos nossos corpos, não como atraente ou não atraente, mas em termos de desempenho ou de sobrevivência. Quando o nosso corpo se torna medicalizado – e aprisionado num sistema médico dualista de testes e experimentos – o “meu corpo” fica alienado da pessoa que diz “meu”. De facto, todos os usos do pronome possessivo sugerem um grau de alienação face a qualquer verdadeiro relacionamento. O que é que alguma vez podemos dizer, com certeza, que é realmente “meu” ou “teu”? 

A certa altura – como quando estamos a ser tratados no hospital, ou quando nos vendemos a nós mesmos nas ruas – alguma outra pessoa pode até tê-lo. Quando Jesus diz “isto é o Meu corpo”, no entanto, Ele é dono do Seu próprio corpo. Isso significa, não que “possui”, mas que Ele é o Seu corpo. De que outro modo, a não ser com este grau de auto-incorporação, poderia Ele o dar aos outros – dar-Se a Si mesmo como um ser corporificado? Ele está plenamente corporificado e aceita esta verdade da encarnação de Si mesmo, independentemente de como o Seu corpo possa parecer ou do quão bom o seu desempenho. Não é possuído e gerido por especialistas e companhias de seguros. Só nesse estado, quando desfrutamos de liberdade corporal, sem que o nosso corpo seja possuído por outros – seja para tratamento médico ou para o prazer de outros – é que podemos dizer “este é o meu corpo”. Para algumas pessoas, na Idade Média ou hoje, as palavras da consagração “hoc est corpus meum” são palavras de poder e incluem o mais profundo significado da comunidade na qual são ditas.

Para outras, estas palavras podem ser meros resquícios de um passado mágico. A verdade encontra-se a meio, na teia de relacionamentos que compõem o nosso corpo. Todos nós, de forma única, pertencemos a um corpo maior do que o nosso corpo privado, que mirra e murcha na sua individualidade. O outro corpo morre mas é ressuscitado na sua singularidade, para uma nova e maior intensidade de vida. Para os que têm o gosto da Eucaristia, isto é algo que podemos partilhar dia a dia. Mesmo para aqueles que não têm esta ligação, a meditação dá acesso a ela.





Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
0 Comments

4ª-feira da Semana Santa

17/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Quarta-feira da Semana Santa
(Mateus: 26:14-25)

O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele.


As grandes tradições de sabedoria guardam profundos e universais segredos sobre a natureza da realidade. Mas elas não são tão explícitas como nós, pessoas de mente literal e treinadas na ciência, gostaríamos. A nossa experiência na dimensão espiritual, hoje, foi grandemente empobrecida e por isso nós quase perdemos a arte de ler as ancestrais escrituras de qualquer tradição. Em resultado disso, o moderno fenómeno do fundamentalismo religioso desenvolveu-se e o unificador reconhecimento de uma verdade universal expressa em símbolos universais ficou comprometida. Quem quer que tenha escrito o relato da Criação no Livro do Génesis provavelmente ficaria chocado com os 42% de americanos que rejeitam acreditar na evolução e que pensam que tudo aconteceu em seis dias. A “palavra” de Deus para eles tornou-se linguística em vez de existencial.

Pela leitura das Escrituras da Sua tradição à luz da Sua própria experiência, Jesus foi capaz de compreender e expressar-Se com uma autoridade única e com profundidade de significado. Isto despoletou uma reacção em cadeia que, por fim, se transformou numa nova tradição. Da reflexão cristã sobre as Escrituras, à luz da experiência sem precedentes da Ressurreição, surgiu o “Novo Testamento”. Estes textos curtos dos quatro evangelhos e das cartas dos professores das primeiras comunidades, eles próprios, tornaram-se uma Escritura de experiência em primeira mão. Emergiram directamente de uma profunda e fresca experiência espiritual, não completamente entendida, mas que se tornou numa perene inspiração para místicos, teólogos e artistas. 

O que emergiu foi algo unicamente característico da consciência cristã, despertada pelo contacto com o crucificado e ressuscitado Cristo. Primeiro, diz respeito à realidade da pessoa que nos pergunta: “Quem dizeis vós que Eu sou?” – uma questão que só pode ser autenticamente respondida a partir do quadro do nosso próprio autoconhecimento. Segundo, ou ao mesmo tempo, diz respeito a uma compreensão de Deus como Trindade, uma comunhão em três-vias. Jesus fala do Pai como a Sua fonte e meta e Ele proclamou a Sua unidade não-dual com o Pai. Mas fala também do Espírito que Ele irá enviar para continuar e para guiar o desenvolvimento do Seu ensinamento, o Espírito Santo que é o real sucessor de Jesus.

No entanto, a Trindade é há longo tempo uma intuição da mente humana na sua busca de Deus e da suprema realidade. Se isto é porque a mente, reflectindo a sua fonte, é estruturada desta maneira – nós pensamos em trios – ou se é o contrário – tem que ser uma questão em aberto. Mas é mais do que uma coincidência que os antigos egípcios, os Vedas, a tradição indiana dos sat-cit-ananda (ser, consciência, bem-aventurança); as três manifestações de Buda; a ideia filosófica grega da humanidade (intelecto, alma, o corpo do mundo); Lao Tsé (o não-ser, o eterno ser e a grande unidade que produz a multiplicidade das dez mil coisas do mundo), que todas estas e a visão cristã de Deus como Pai, Filho e Espírito Santo falem do derradeiro mistério desta forma tridimensional.

Encontramos esta verdade no interior de nós mesmos – a “trindade imanente” que vive a vida explosiva do seu amor dentro do coração humano. Mas também encontramos esta realidade interior naquilo que os teólogos designam a “trindade económica” – nos processos externos e eventos da vida quotidiana, desde que tenhamos aprendido a vê-los. “Quando fizerdes de dois um, então entrarão no Reino”, diz o Evangelho do céptico Tomé. O que torna os dois num só é o três. Isto não é teoria. É a vida. 




​Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

0 Comments

3ª-feira da Semana Santa

16/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Terça-feira da Semana Santa
(João 13:21-38)

E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.» Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera.


A Última Ceia foi uma mais estranha refeição entre amigos do que poderia à primeira vista parecer. Nas frases de abertura da sua descrição confrontamos uma percepção que adentra o intenso drama dos relacionamentos humanos através dos quais somos todos conduzidos ao nosso derradeiro despertar para o relacionamento – a união – com o terreno de ser.

Jesus começa a refeição dizendo que um dos presentes O irá trair. Não é a melhor maneira, poderemos pensar, de começar um serão de amigos reunidos. O Seu comentário, porém, coloca a óbvia dimensão familiar da vida, da convivialidade e relacionamentos aberta a uma dimensão cujas fronteiras são invisíveis. O que é que isso significa? Porque é que Ele disse isto agora? S. João diz que os discípulos olharam uns para os outros, questionando-se sobre o que Ele quereria dizer. A sua troca de olhares complica ainda mais a textura desta comunidade. Jesus parece isolado, intensamente solitário. Denunciou uma falha radical na irmandade deles. Mas está apena a chamar a atenção para ela, sem dar detalhes sobre ela. Deve ser algo de que eles têm que estar cientes. 
 
Pedro, o líder dos discípulos, pede a João, aquele de quem Jesus estava mais próximo, para descobrir quem é o traidor. Tal como em qualquer grupo humano, há camadas de intimidade e estas criam o perigo da rivalidade e do ciúme. Os discípulos são muitas vezes descritos a discutir entre si sobre as suas respectivas posições. Jesus responde dando um pedaço de pão ao traidor e, “logo após o bocado”, Satanás entrou em Judas. O momento de directa comunicação entre eles despoletou a sombra, a força negra. O que ela era, o que a motivou ou como a podemos explicar psicologicamente, nunca o saberemos. “Logo após o bocado”, Judas começou o processo pelo qual ele se tornou um sinónimo ao longo da História para traição, a vergonha eterna da má fé. E no entanto, ele é não somente parte integrante da trama. Ele também ilumina o significado da história.

Porquê então sentimos uma tão estranha simpatia por ele, o pária que traiu o seu amigo e depois cometeu a derradeira rejeição de si mesmo? Porque é que existe esta estranha intimidade entre ele e Jesus já que partilham o conhecimento, excluindo todos os restantes presentes, do que ele irá fazer? Uma intimidade que parece o oposto da que Ele tem com o discípulo amado e porém a inclui. Esta pode ser a chave para todo o mistério.

Todas as contradições e opostos da vida, mesmo a grande divisão entre os mortos e os vivos, são capazes de ser reconciliadas e unidas. 



​

Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
0 Comments

2ª-feira da Semana Santa

15/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Segunda-feira da Semana Santa 
(João 12:1-11)

A casa encheu-se com a fragrância do perfume.

Esta semana constitui uma penetração do mistério de Jesus de Cafarnaum que é o Cristo, para aqueles que O vêem com os olhos da fé. Viajar para o interior de qualquer mistério envolve encontrar novas dimensões da realidade onde a mente lógica e o senso comum protestam pelas infracções do absurdo. Isto não faz sentido. É tudo um mito. Tudo sem sentido! Estas reacções podem realmente ser bem fundadas, pelo que devíamos dedicar-lhe uma escuta respeitosa: o diálogo com os ateus é melhor do que pregar aos convertidos. Mas elas podem ser também sinais de que estamos a fazer progressos através dos espaços interestelares e a encontrar uma realidade que nos contém em vez de a imagem de uma realidade que observamos através dum telescópio.

Nesta jornada de fé – é isso que ela é – podemos andar para trás para eventos do passado e ver o que eles revelam do presente e da nossa direcção para dentro do futuro. Conheci uma vez uma pessoa que quase se afogou e que viu realmente a sua “vida passar diante dos seus olhos”, como num filme rebobinado – ou acelerado para diante, ele não sabia dizer qual das duas coisas. Um dia, descobriremos por nós mesmos. 

As histórias desta semana fazem o mesmo. Hoje recuamos a uma refeição. Jesus comia muito – ou pelo menos, frequentemente. Ao jantar, uma vez, estando com amigos e convidados, Maria de Betânia partiu um vaso dum perfume caro e ungiu-Lhe os pés. A casa ficou cheia com o perfume do nardo e com o espírito de serviço dela.

Duas pessoas podem olhar para, ou passar, pela mesma coisa e no entanto reagir de formas diametralmente opostas. Algumas pessoas nesse jantar devem ter sido transportadas pelo gesto espontâneo, simbólico e de terna homenagem de Maria e, depois, sentido que isso tocava os seus sentidos por meio da fragrância do perfume. Judas – que vai ser um importante guia para nós através do significado dos mistérios da Semana Santa e da Páscoa – e de quem todos estamos mais perto do que gostamos de pensar – reagiu de modo diferente. Olhou para a etiqueta do preço do vaso e queixou-se do desperdício. Há um momento para negociar e um momento em que o verdadeiro valor transcende o valor em moeda.

O perfume perdura bem para além do momento em que é libertado. Na dimensão espiritual ele espalha-se para além do tempo e do espaço, sem se dissipar no ar para sempre. Uma boa acção de puro serviço, um sorriso e um toque ternurento num momento de fracasso e dor, um gesto casual que ilumina toda a verdade e abre o coração para o que ele nunca tinha conhecido anteriormente: na dimensão profunda que envolve todas as dimensões e na qual o passado e o presente se fundem, estes são impossíveis de esquecer. O Mahatma Ghandi, uma vez, comparou o Evangelho ao perfume duma rosa e salientou o quanto o Cristianismo institucional se tinha afastado do seu mestre. “Uma rosa não precisa de pregar. Ela simplesmente espalha a sua fragrância. A fragrância é o seu próprio sermão… a fragrância da vida religiosa e espiritual é muito mais fina e subtil que a de uma rosa.”






0 Comments

Domingo de Ramos

14/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Domingo de Ramos
(Lucas: 22:14-23:56)

Ora, Eu estou no meio de vós como aquele que serve!

 
A história começa com uma entrada triunfal e termina com uma rejeição e fracasso totais. Entre o início e o fim acontece a grande desenrolar. É o recorrente padrão na vida que preferimos ignorar. Sucesso, realização e satisfação vêm com uma benevolência que não poderíamos ter imaginado enchendo-nos com as delícias da gratidão. Não há nada mais maravilhoso do que o dom de nos sentirmos cheios de gratidão. Em vez de pedirmos ou imaginarmos, apenas temos necessidade de receber.

Mas antes de a gratidão ter tido tempo para ser plenamente gozada, a roda gira. Somos habitualmente apanhados de surpresa por uma nova série de acontecimentos nos quais a celebração é substituída pela ansiedade ou raiva. A festiva multidão desvanece-se e uma turba avança com a única intenção de nos causar danos, privando-nos da capacidade de agradecer.

A meditação e a disciplina pessoal certamente nos treinam em certa medida de desapego, de modo a estarmos melhor preparados para quando descobrimos o corte que vazou o conteúdo do saco de farinha que acabámos de receber como um presente. Mas meditação e ascese não resolvem nem evitam problemas. Elas apenas nos trazem para um encontro com o mistério no qual o padrão se repete e que nos permite transcendê-lo apenas pela passagem através dele. Hoje vi uma fotografia a circular pelos media de todo o mundo, a primeira foto de um buraco negro que foi tirada a partir de uma galáxia imensamente distante chamada M87. Tem um centro escuro, o horizonte de eventos para além do qual nem sequer a luz pode escapar, rodeado por um halo de luz brilhante e alegre. A coexistência - ou o sequenciamento - de opostos parece ser uma parte integrante da natureza em todos os lugares. Vida e morte não podem, aparentemente, existir separadamente.

Na consciência humana este mistério esmagar-nos-ia, tanto como um buraco negro nos engoliria, se não fosse pelo milagre do espírito de serviço. A autodoação é o único modo de sobreviver ao carrossel da vida. Jesus cavalgou em triunfo até Jerusalém, como um candidato político de sucesso. Toda a gente ama o sucesso. Quanto maior o sucesso, mais as multidões adoram. Mas Ele parecia indiferente e desapegado de tudo isso.

Antes de ser sugado pelo buraco negro em Getsémani, Ele celebrou uma última refeição com amigos, entre os quais Ele sabia qual o que o iria atraiçoar. O ambiente não era lúgubre, mas sério. A seriedade, segundo John Main, conduz à alegria. O tom do serão foi surpreendente, definido por um líder que tinha sido sempre um homem para os outros, disposto a servir até ao fim até mesmo aqueles que O traíssem e às Suas esperanças. O serviço revela um diferente tipo de gratidão, a qual não pode ser obliterada pelo seu oposto.




Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
0 Comments

Sábado da Quinta Semana

13/4/2019

0 Comments

 
Imagem
Sábado da Quinta Semana da Quaresma
(João 11:45-56)  

Vós não sabeis nada, nem raciocinais que vos é preferível que um homem morra pelo povo, para que não pereça a nação inteira.


Em criança, fui educado na riqueza da fé católica. O seu poderoso simbolismo abriu-me novas dimensões da realidade. Eu tinha uma imagem de Deus tão madura quanto era possível naquela idade. Cada vez mais, no entanto, fui me relacionando com essa distante, elevada e sempre observadora, supostamente amorosa e no entanto terrivelmente fria construção da nossa imaginação colectiva, um pouco como um ladrão de bancos se relacionaria com uma câmara de vigilância.

“Quando era criança, falava como criança, compreendia como criança e pensava como criança: mas quando me tornei um homem, pus de parte as coisas infantis”. S. Paulo insiste que temos de crescer religiosamente e romper caminho até à realidade, não a construção, da dimensão divina. Essas palavras do evangelho de hoje vêm do Sumo Sacerdote que, com uma política crueldade sempre presente nos corredores do poder, nos dá uma chave para esta maturação do nosso entendimento acerca da história da Páscoa. Este re-contar da história está prestes a entrar em alta velocidade para aqueles de nós que estamos a seguir as liturgias.

Em criança, foi-me dada uma simples, na verdade demasiado simplificadora, explicação desta história demolidora de mitos. Dívida-redenção. O sofrimento e a morte de Jesus, o inocente cordeiro-sacrifício, foi explicado como o pagamento de uma dívida que a Humanidade tinha para com um bom e amoroso Criador. Se você perguntasse que dívida era essa, contavam-lhe a história do Paraíso e do fatal pedaço de fruta que trouxe a morte e a desgraça à condição humana. Desse modo era uma inversão da história do Pai Natal. O Pai Natal dá-nos algo sem pedir nada em troca. Deus o Pai castiga as pessoas por coisas que não fizeram e chama-lhe pecado original. Como uma dívida do cartão de crédito que você não pode liquidar, a culpa foi aumentando ficando sempre, maior e maior. 

Depois de uma certa idade e de um determinado nível de reflexão isto tornou-se um insulto para a inteligência da maior parte das pessoas. Elas procuram uma explicação melhor ou vão em busca da verdade noutra direcção. Os comentários do Sumo Sacerdote ajudam. Expõem uma dinâmica universal em cada sociedade humana e em todos os relacionamentos comunitários. René Girard, o pensador francês, identifica-a como um mecanismo de bode expiatório, pelo qual, em tempos de crise, um grupo em conflito culpa os seus inimigos numa vítima inocente – que é sacrificada, traz uma paz temporária e é, muitas vezes, divinizada mais tarde. Ainda fazemos isso com os judeus, homossexuais, imigrantes, ou seja, qualquer um que seja “outro” para a maioria.

A Paixão de Cristo reflecte essa dinâmica universal, mas unicamente a partir da perspectiva da vítima. A máscara está à vista – apesar de, por ser um mecanismo tão útil, o continuamos a usar, escolhendo ser inconscientes daquilo que estamos a fazer. A Quaresma e a meditação são capazes de alterar essa escolha e de nos tornar conscientes do que estamos a fazer e de qual é a nossa verdadeira relação com o Pai. O problema não reside na natureza divina, mas na psique humana. Como é que se pode ajudar as pessoas a crescer e a assumir responsabilidades por elas próprias? Tratando-as como adultos. A história da Páscoa é para gente crescida.

No âmago da mentalidade da multidão, no entanto, os humanos agem como animais ou como crianças pequenas. Alinhamos com os fortes e desprezamos os fracos se isso nos parecer ser o mais seguro. A história que em breve estaremos recontar revela a enorme solidão da alternativa à multidão. Mostra como a experiência pessoal e o mito se fundem. Rejeição, sofrimento, morte e túmulo são provações solitárias. Há que enfrentá-las. Mas não é a história inteira, nem, felizmente, o fim da história.



​

Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
0 Comments

6ª-feira da Quarta Semana

12/4/2019

0 Comments

 
Imagem
​Sexta-feira da Quinta Semana da Quaresma
(João 10:31-42)

Se vos recusais a acreditar em Mim, crede pelo menos nas Minhas obras


Que poderiam essas obras ser... nessa altura e agora? 

Depois de Sto. António do Deserto (ou Santo Antão) ter meditado durante vinte anos em solidão, os seus amigos vieram ter com ele, pensando que o encontrariam morto ou meio-louco. Pelo contrário, ele surgiu física e mentalmente radiante, saudável e racional. Ao longo do resto da sua vida foi conhecido por curar os enfermos, confortar os tristes e reconciliar os discordantes. Eis uns bons exemplos para mostrar o que as boas obras e uma vida com sentido significam. Mas estas obras expressam um mais profundo estado de ser. Quem quer que seja que em si próprio toque esse estado e permaneça aí, torna-se capaz de alterar a mente de outros – guiando-os para a mesma profundidade neles próprios. Não importa se você “acredita” nessa pessoa ou não. Ou, pelo menos, a sua opinião sobre ela é secundária em relação ao facto de ser tocado e mudado por ela, através dela. Acreditando naquilo que vê do seu trabalho, torna mais fácil ver quem a pessoa que está por detrás dele realmente é.

Isso implica um certo tipo de liderança. Não daquela que é meramente definida pelos resultados e pelo sucesso ou por carismáticos poderes de persuasão. Mas sim o tipo que expõe a escondida dimensão da bondade em nós e no coração de todos os relacionamentos humanos. Isto é perturbador, mesmo revolucionário, porque tantas das nossas suposições, acerca de nós e dos outros, são construídas na base de uma forte subestimação da nossa bondade essencial. Muitas vezes, é pior ainda: temos um baixo sentido de nós mesmos e uma desconfiança básica dos outros.

O tribunal é corrupto, os campos estão cheios de ervas daninhas, os celeiros estão vazios; no entanto, há os que estão vestidos de sedas, com espadas aos lados, cheios de comida e bebidas e possuidores de demasiada riqueza. Isto é conhecido como assumir a liderança no roubo. Na verdade, isto está muito longe do Caminho. (Tao Te Ching - LIII)

O impacto socialmente desestabilizador das enormes discrepâncias de riqueza na sociedade é cada vez mais óbvio. Será pouco razoável pensar que o Brexit possa estar relacionado com quase quatro milhões de crianças que vivem na pobreza no Reino Unido? Quando Lao Tse escrevia, no séc. VI a.C., as expectativas sociais eram muito diferentes, mas a percepção da pessoa sábia sobre a bondade essencial era a mesma de sempre. Com essa percepção vem a indignação e a profunda tristeza do profeta, ao ver o quão iludidos podemos todos nos tornar e quão impiedosa e injustamente podemos agir, nesse estado de ilusão.

O significado místico da Páscoa que temos estado a preparar nestas quase seis semanas não pode ser separado do seu trabalho. Não se trata, primeiramente, de crença mas de experiência. A crença cresce a partir da experiência. Ser tocado pela Ressurreição remete-nos para a vida com novos modos de ver e um radical desafio aos nossos valores. 

Infelizmente, para aqueles que pensam que o guia é a jornada, o modo como isto acontece só pode ser compreendido passando através de todo o processo que leva à ressurreição. O sofrimento e a perda final não podem, em última instância, ser evitados. Estas são as boas notícias.




Reflexões para a Quaresma 2019 - LAURENCE FREEMAN OSB 

Texto original, em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2019/

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
http://www.meditacaocrista.com/ 
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
0 Comments
<<Previous

    WCCM Portugal

    A nossa missão:
    ​Divulgar e fomentar a prática da meditação cristã segundo os ensinamentos de 
    John Main no seio da tradição cristã, num espírito de serviço à união entre todos.


    Imagem
    Grupos de Meditação
    Meditação Cristã
    Como Meditar

    O Evangelho do dia:

    (clique na imagem)
    Imagem

    Bíblia Sagrada:
    (clique na imagem)
    Imagem


    ​Histórico

    April 2019
    March 2019

    Anos anteriores
    ​Quaresma 2018
    Quaresma 2017
    Quaresma 2016

    Quaresma 2015

    RSS Feed

Powered by Create your own unique website with customizable templates.