Quarta-feira da Quinta Semana da Quaresma
Muitas pessoas atualmente estão a ficar estranhamente cientes de que na vida antes do vírus se tinham esquecido algo óbvio. Que acima de qualquer outra coisa a vida é uma viagem espiritual. Muitos estão a lembrar-se de que é necessário um caminho espiritual para se permanecer consciente no meio de todas as agonizantes incertezas e extremos, de que a vida é uma viagem espiritual.
E para aqueles que antes lutavam para ser fiéis a uma prática espiritual regular, a meditar duas vezes por dia, é mais claro que o caminho espiritual é mais do que uma escolha de estilo de vida: é a “única coisa necessária”. (Lc 10:42) Lembrar isto é ficar consciente de novo. Estar consciente é estar vivo. A nossa melhor chance de sobreviver está em ficar desperto. Este é o trabalho da humilde prática da meditação quotidiana e do mantra.
Graças a Deus pela internet e redes sociais. Fosse qual fosse o mau uso que delas fizemos antes do vírus, estamos agora a descobrir como elas podem ser uma corda de salvação para o significado, para a conexão. Profundidade e significado vêm através da ligação interior com os outros, sendo recordados por eles da necessária graça da amizade. A prática espiritual partilhada não nos torna perfeitos; mas constrói comunidade.
Sentir-se ligado a uma comunidade produz resiliência e aprofunda a paz, nestes solitários e muitas vezes confusos dias de isolamento social. A resposta ao programa da WCCM “Um Caminho Contemplativo no Meio da Crise” (A Contemplative Path through the Crisis) tem sido espantosa. Uma grande quantidade de pessoas tem vindo a inscrever-se para se juntar a este caminho e receber os ensinamentos, os pequenos vídeos, áudios e materiais impressos entre os quais pode escolher o que melhor o ajudará neste momento. Acima de tudo suportam a prática com um sentido de comunidade. Seguimos um caminho espiritual e assumimos a responsabilidade por nós mesmos. Mas a solitude a que ele conduz, revela as profundas ligações que temos com todos os outros. Não é um clube, mas uma comunidade inclusiva sentida especialmente entre os que seguem juntos o caminho, apoiando, sendo apoiados, dando umas vezes encorajamento, outras recebendo-o.
Ter um caminho espiritual enriquece-nos com o dom da amizade espiritual. Não há preço, não há quota de associado que possa comparar-se com este dom, curando o isolamento e a solidão, que são também vírus há muito a bulir na nossa cultura. Um caminho também alimenta e acalma a mente, dando-nos essenciais ferramentas e percepções profundas para nos ajudar a aguentar quando encontramos sofrimento, disrupção, perda ou medo. Sem um caminho ficamos tão assoberbados. Porém, nunca estamos longe dele. Temos uma sensação de regresso a casa quando nos conectamos com ele de novo.
Pela primeira vez a maior parte das igrejas no Ocidente está fechada ao culto público por causa do coronavírus. Elas têm vindo a ficar mais vazias desde há muito tempo porque o espírito e a forma do culto cada vez pareciam, especialmente à geração mais jovem de pensamento livre, mais vazios de significado, com falta de ligação ao caminho espiritual interior. A religião sem ligação a uma prática contemplativa, acaba por se fundir com o ritual externo e com as obras exteriores. Falta-lhe coração, a mais preciosa dimensão da existência humana.
Reflexões para a Quaresma 2020 - LAURENCE FREEMAN OSB
Texto original , em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2020/
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Muitas pessoas atualmente estão a ficar estranhamente cientes de que na vida antes do vírus se tinham esquecido algo óbvio. Que acima de qualquer outra coisa a vida é uma viagem espiritual. Muitos estão a lembrar-se de que é necessário um caminho espiritual para se permanecer consciente no meio de todas as agonizantes incertezas e extremos, de que a vida é uma viagem espiritual.
E para aqueles que antes lutavam para ser fiéis a uma prática espiritual regular, a meditar duas vezes por dia, é mais claro que o caminho espiritual é mais do que uma escolha de estilo de vida: é a “única coisa necessária”. (Lc 10:42) Lembrar isto é ficar consciente de novo. Estar consciente é estar vivo. A nossa melhor chance de sobreviver está em ficar desperto. Este é o trabalho da humilde prática da meditação quotidiana e do mantra.
Graças a Deus pela internet e redes sociais. Fosse qual fosse o mau uso que delas fizemos antes do vírus, estamos agora a descobrir como elas podem ser uma corda de salvação para o significado, para a conexão. Profundidade e significado vêm através da ligação interior com os outros, sendo recordados por eles da necessária graça da amizade. A prática espiritual partilhada não nos torna perfeitos; mas constrói comunidade.
Sentir-se ligado a uma comunidade produz resiliência e aprofunda a paz, nestes solitários e muitas vezes confusos dias de isolamento social. A resposta ao programa da WCCM “Um Caminho Contemplativo no Meio da Crise” (A Contemplative Path through the Crisis) tem sido espantosa. Uma grande quantidade de pessoas tem vindo a inscrever-se para se juntar a este caminho e receber os ensinamentos, os pequenos vídeos, áudios e materiais impressos entre os quais pode escolher o que melhor o ajudará neste momento. Acima de tudo suportam a prática com um sentido de comunidade. Seguimos um caminho espiritual e assumimos a responsabilidade por nós mesmos. Mas a solitude a que ele conduz, revela as profundas ligações que temos com todos os outros. Não é um clube, mas uma comunidade inclusiva sentida especialmente entre os que seguem juntos o caminho, apoiando, sendo apoiados, dando umas vezes encorajamento, outras recebendo-o.
Ter um caminho espiritual enriquece-nos com o dom da amizade espiritual. Não há preço, não há quota de associado que possa comparar-se com este dom, curando o isolamento e a solidão, que são também vírus há muito a bulir na nossa cultura. Um caminho também alimenta e acalma a mente, dando-nos essenciais ferramentas e percepções profundas para nos ajudar a aguentar quando encontramos sofrimento, disrupção, perda ou medo. Sem um caminho ficamos tão assoberbados. Porém, nunca estamos longe dele. Temos uma sensação de regresso a casa quando nos conectamos com ele de novo.
Pela primeira vez a maior parte das igrejas no Ocidente está fechada ao culto público por causa do coronavírus. Elas têm vindo a ficar mais vazias desde há muito tempo porque o espírito e a forma do culto cada vez pareciam, especialmente à geração mais jovem de pensamento livre, mais vazios de significado, com falta de ligação ao caminho espiritual interior. A religião sem ligação a uma prática contemplativa, acaba por se fundir com o ritual externo e com as obras exteriores. Falta-lhe coração, a mais preciosa dimensão da existência humana.
Reflexões para a Quaresma 2020 - LAURENCE FREEMAN OSB
Texto original , em inglês: aqui
https://laurencefreeman.me/category/lent-reflections-2020/
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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