WCCM - MEDITAÇÃO CRISTÃ (Portugal)
  • MEDITAÇÃO CRISTÃ
    • Sobre Meditação >
      • Meditação e Oração
      • O MANTRA
    • Como meditar
    • Meditação com Crianças
  • A COMUNIDADE
    • O Grupo de Meditação Semanal >
      • A Importância do Grupo
    • GRUPOS DE MEDITAÇÃO >
      • Grupos On-line
    • Sobre a WCCM
  • JOHN MAIN
    • Aniversário de John Main 2019
    • Aniversário de John Main - 30 de dezembro de 2015
    • Os oceanos de Deus: Última Carta de John Main
    • O Coração da Criação
    • Sabedoria - John Main
  • LAURENCE FREEMAN
  • ATIVIDADES
    • Seminário John Main 2020
    • Fr. Laurence Freeman em Portugal 2017 >
      • Retiro com Fr. Laurence Freeman_20170310-13
      • Conf_Lisboa20170310_Fr. Laurence Freeman
      • SemFtMeditaçãoCrianças_Fatima20170312_Fr. LaurenceFreeman
      • SemCxMeditaçãoCrianças_Coimbra20170312_Fr. Laurence Freeman
      • Conf_Coimbra20170312_Fr. Laurence Freeman
      • Conf_Porto20170313_Fr. Laurence Freeman
    • Retiros 2016 >
      • “Contemplação" - com Ir. Vera de Jesus Graça, 29 Abril a 1 Maio - Mosteiro de Bande
      • Retiro "São Bento" - Roriz, 8-10/11 Julho 2016
      • “Vida no Evangelho e Evangelho na vida” - Frei Fernando Ventura - Fátima, 16-18 Setembro 2016
    • Retiros 2015 >
      • “Contemplação" - com Ir. Vera de Jesus Graça 23 a 25 Out 2015 - Mosteiro de Bande
      • Retiro "São Bento" - Roriz, 10-12 Julho 2015
      • “Vida no Evangelho e Evangelho na vida” - Frei Fernando Ventura - Fátima, 18-20 Setembro 2015
    • Ora et Labora
    • Eucaristia Contemplativa
    • Meditação Cristã e Artes Orientais
    • Fim-de-semana "Partilhar o Essencial" >
      • Fim-de-semana "Partilhar o Essencial"
    • Workshops com professores e educadores
    • Cursos, Apresentações, Workshops e >
      • Curso Introdutório - 20161118-20 - Rio Maior
    • Peregrinações e Caminhadas >
      • Peregrinação a Fátima, 2019, 8-12 de Maio >
        • Peregrinação a Fátima, 2016, 8-12 de Maio
      • Caminhadas 2016 - Lisboa
    • Laudato Si' 2019 - Meditação pela Criação >
      • Laudato Si' 2015 - Meditação pela Criação
    • Diálogo Inter-Religioso >
      • Dia Internacional da Paz - Meditação Inter-Religiosa pela Paz
    • AGENDA Atividades
  • RECURSOS
    • Biblioteca Partilhada
    • QUARESMA 2021 - Reflexões >
      • QUARESMA 2020 - Reflexões
      • QUARESMA 2019 - Reflexões
      • QUARESMA 2018 - Reflexões
      • QUARESMA 2017 - Reflexões
      • QUARESMA 2016 - Reflexões >
        • Retiro da Semana Santa 2016
      • QUARESMA 2015 - Reflexões >
        • Como aproveitar ao máximo
        • Evangelhos-Quaresma 2015
    • ADVENTO 2020 - Reflexões >
      • ADVENTO 2019 - Reflexões
      • ADVENTO 2018 - Reflexões
      • ADVENTO 2017 - Reflexões
      • ADVENTO 2016 - Reflexões
      • ADVENTO 2015 - Reflexões
    • LEITURAS SEMANAIS
    • LIVROS E MONOGRAFIAS
    • DVD's e CD's
    • JORNAL
    • DOCUMENTOS >
      • TESTEMUNHOS
  • CONTATOS
    • Receba in-formativos
  • DONATIVO

Reflexões para a Quaresma 2021


​LAURENCE FREEMAN OSB 

Receba os nosso In-formativos

Sábado da Segunda Semana - Quaresma 2021

6/3/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 – Sábado da Segunda Semana
 
(Evangelho: Lc 15 1-32. Enquanto ainda estava bem longe o pai viu-o e apiedou-se)
 
Temporariamente retido em Londres, no meu regresso a Bonnevaux, fui a um supermercado para comprar comida. Trazia posto o escudo da minha máscara e empunhava a espada do distanciamento social como os outros soldados rasos passando pelo deserto da Covid. Ao entrar, uma senhora com três crianças a reboque e empurrando um carrinho cheio passou por mim com ar de desafio, sem máscara e, bem, o que é isso do distanciamento social com três crianças pequenas numa pandemia?
 
Ela chamou a minha atenção, não por estar a desobedecer às regras, mas porque senti que o desafio era o sinal, não a causa, da sua desobediência. Nos seus olhos e atitude, senti medo, um medo mais profundo do que o da transmissão dum vírus. Talvez ela, como tantas pessoas nos grupos de mais baixos rendimentos, estivesse presa ao medo de não ser capaz de se aguentar e de falhar na mais preciosa das suas responsabilidades. Desafiar pode ser uma forma de evitar que o medo se transforme em pânico.
 
As Madres e os Padres do Deserto entendiam que iam para o deserto voluntariamente – ou que “eram conduzidos” a isso como Jesus – sabendo perfeitamente que iam enfrentar animais selvagens. Estas forças poderosas iriam rodear e atacar, retirar-se e atacar de novo. Forças maiores iriam chegar para os ajudar a lidar com a luta consigo próprios; mas avisavam os recém-chegados que não esperassem uma vitória rápida e fácil. A paz que eles buscavam podia realmente ser saboreada. Era ela própria uma força poderosa e não uma miragem. Mas manter-se nela permanentemente não é fácil.
 
O medo é natural, uma consciência de qualquer coisa que nos possa fazer mal ou àqueles que amamos e de quem cuidamos. A ansiedade é um medo vazio contínuo que procura razões para existir. Quer seja específico ou vago, o medo é um animal selvagem que destrói a paz e arresta a nossa capacidade para dar ou receber amor. Dar-lhe nome é necessário. No entanto, é difícil conseguir que a espécie humana ou qualquer dos seus membros individuais fique livre da paranoia, por exemplo, apenas por nomeá-la. Não admira que a injunção “não tenhais medo” seja um mantra repetido 365 vezes na Bíblia. Não há dia em que não sintamos algum medo.
 
Qual é a cura? Deveria eu ter dito à senhora sem máscara: “Deus ama-a”? Talvez. Mas o remédio tradicional é o temor a Deus. Há uma diferença da máxima importância entre o medo quotidiano e involuntário e o temor a Deus. Precisamos de aprender como temer a Deus. “Vinde, meus filhos, escutai-me e eu vos ensinarei o temor do Senhor.” Como dizia o grande Santo Hilário de Poitiers, este é aprendido pela obediência, pela santidade e pelo conhecimento da verdade. E, portanto, o temor a Deus consiste totalmente no amor e apenas o amor perfeito espanta o medo e domina o animal selvagem.
 
Laurence

 

Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 
original: AQUI


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv



0 Comentários

Sexta-feira da Segunda Semana - Quaresma 2021

5/3/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 – Sexta-feira da Segunda Semana
 
(Evangelho: Mt 21-33-46. A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular)
 
“Seja um solitário. Isso dá-lhe tempo para ponderar, para buscar a verdade. Nunca perca uma santa curiosidade.” Estas são palavras de Albert Einstein – que teriam feito ressonância junto das Madres e Padres do Deserto e de todos os fundadores de movimentos espirituais que passaram anos em grutas; e também para alguns, hoje em dia, mas de forma alguma todos, que têm estado em confinamento, desligados e calados por tanto tempo por causa da Covid.
​
Qualquer inovador ou pessoa criativa precisa de ser um solitário. Por vezes, isso torna-se uma aversão patológica à sociedade e a ter companhia, mas não significa realmente isso. Pelo contrário, é a capacidade para estar consigo mesmo, sem temer a solitude que se abre à sua volta, ao princípio como se fosse um campo de forças, mas mais tarde como uma noosfera, uma teia viva de silêncio amoroso e de ligação. A diferença entre a solidão exclusiva e inclusiva não precisa de palavras nem de explicações. É auto-evidente no primeiro contacto com ela.

Talvez seja acima de tudo o medo da solitude que torna a meditação tão problemática para tantas pessoas ao princípio e, até por longo tempo. Não é o conseguir tempo. Não é o sentimento de fracasso em “esvaziar a mente”. Não é a sensação de que o tempo podia ser mais bem empregue. Mas, tantas vezes, é apenas a irritante incapacidade de estar sozinho consigo mesmo. Quantas carreiras, quantos casamentos e quantas comunidades se transformaram em formas de evitar ou negar isto?

Ser um solitário não será a melhor maneira de pôr a questão. Porém, ela poderá ressoar com esse fenómeno duma sociedade narcisista, onde o contacto social é experienciado excessivamente nos meios de comunicação social, que é chamado de “parceria consigo mesmo”. “Eu não preciso de ti; pelo menos não neste momento. Depois, digo-te quando precisar…” A solitude que Einstein conhecia era diferente, como o seu carácter alegre, a sua paixão por se comunicar e a sua criatividade sugerem. Estar sozinhos dá-nos tempo. Mostra-nos que o tempo está aí e não temos que sentir continuamente que estamos a desperdiçá-lo ou que nunca há tempo que chegue para conseguir controlar tudo. Se recebermos o tempo que a solitude nos dá, tomar-lhe-emos o gosto e iremos usá-lo para procurar a verdade. “Um só Cristo amando-se a Si mesmo” era como Agostinho descrevia o corpo místico que estamos formando.

Ao olhar para aquilo que acabei de escrever, estou me perguntando se soará desligado da vida de constantes exigências que muitas pessoas experienciam, sofrendo de falta de satisfação das necessidades básicas da vida. Mas não estou a falar de escolhas de estilo de vida. Ou se sugere uma vida contemplativa tal como ela era concebida no mundo antigo, a opção privilegiada do esclavagista abastado. De facto, é o oposto disso. E, sendo o oposto, isso clarifica porque é que a meditação é universal. A solitude necessária para a contemplação não é lazer, não se trata de ter nas mãos montes de tempo e pessoas para nos servirem. É uma consciência interior de que as circunstâncias externas, por muito exigentes que sejam, não podem destruir. É a consciência que vem, não com a quantidade, mas com a qualidade do tempo sintonizando totalmente a nossa atenção com a fonte e o terreno do ser.

Depois de ter começado a despertar, esta consciência torna-se mais forte e desenvolve essa santa curiosidade sobre aonde é que ela nos poderá levar. A nossa vida então, por muito que possamos preferir que as suas condições fossem diferentes ou terminassem, torna-se por si mesma uma busca pela verdade.
 
Laurence



Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 
original: AQUI


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv


0 Comentários

Quinta-feira da Segunda Semana - Quaresma 2021

4/3/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 – Quinta-feira da Segunda Semana
 
(Evangelho: Lc 16: 19-31. Que os previna para que não venham também para este lugar de tormento)
 
Outro sinal de que o caminho e a meta não estão essencialmente separados é a experiência de comunidade que surge quando seguimos o caminho na companhia de outros. Habitualmente, não selecionamos estes companheiros, como fazemos noutras áreas da vida; ou quando somos atraídos para certas pessoas, porque nos damos bem com elas e gostamos uns dos outros. As pessoas com quem caminhamos atravessando o deserto parecem ter sido escolhidas por nós. Quando uma comunidade monástica decide admitir um novo membro, não é apenas na base de ele ser uma boa companhia e de ter muito a oferecer. É, de algum modo, como um casamento combinado. Tem de haver compatibilidade pessoal, mas há um sentido mais profundo de destino a operar. A proximidade dos membros duma comunidade, com o passar do tempo e passando por dificuldades, cresce num sentido comum de cada um e todos juntos serem chamados a seguir o mesmo caminho. Está enraizada numa resposta muito pessoal e, no entanto, desenvolve uma mentalidade e um propósito comum.

Os israelitas caminhando pelo Deserto em direção à Terra Prometida eram uma tribo. A comunidade não é tribal. É um casamento da solitude com o centramento-no-outro, dando à luz algo parecido, mas diferente de uma família. O Livro do Êxodo afirma de forma implausível que 600.000 homens (não contando as suas outras metades) fugiram do Egipto. Eles eram um bando indisciplinado, inconstante e sempre a reclamar, culpando o seu líder sempre que ficavam em dificuldades. A comunidade, como todos os grupos de relacionamentos e as sociedades como um todo, por vezes, pode descer a este tipo de tribalismo, por várias razões bastante humanas. 

Porém, o conflito não é o problema. “Todas as coisas vêm à existência através do conflito de opostos e a soma das coisas (o todo) flui como um regato”, diz um filósofo. Tudo está em fluxo. A única constante é a mudança. O que importa é como é que o conflito é gerido e se emerge uma vontade comum para sobreviver à tempestade e não perder ninguém pela  borda fora, se possível. Esta vontade comum não é o resultado da política, mas um movimento direto do Espírito que se especializa na unidade. Quando esta atitude face ao crescimento da comunidade é partilhada surge, em certos momentos, um vislumbre, por vezes até mesmo na tempestade, da própria Terra Prometida onde todos os opostos são reconciliados.

No evangelho de hoje, diz-se que o homem rico e o pedinte estarão eternamente separados. Mas quem  nos diz isto é Aquele que reconcilia os opostos e não deseja que ninguém se perca.


 
Laurence




Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 
original: AQUI


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv

0 Comentários

Quarta-feira da Segunda Semana - Quaresma 2021

3/3/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 – Quarta-feira da Segunda Semana

(Evangelho: Mt 20: 17-28. O Filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir)
 

A Terra Prometida está entretecida com a viagem em direção a ela em todos as etapas. Prove esta afirmação. Vamos tentar.

A primeira prova de ontem era que o mais autêntico alimento (o maná) que nos sustenta nesta caminhada é uma experiência verdadeira, ainda que limitada pelo tempo e espaço, da real presença desta Terra aqui e agora. Outra forma de experienciar isto é Presença.

À medida que a dimensão espiritual é progressivamente despertada pela prática contemplativa regular, muitas pessoas tornam-se conscientes duma presença na sua vida. Elas dirão muitas vezes, tal como eu, que isso lhes dá uma sensação de serem guiadas e acompanhadas. Posto deste modo, pode parecer um pouco arrepiante ou fantasmagórico; mas não é assim. Não é uma entidade separada que nos informa ou manipula ou que interfere com a nossa liberdade para escolher e assumir responsabilidades. Algumas pessoas interpretam-na dessa maneira. Mas isso é habitualmente uma fantasia construída ou, em casos extremos, uma patologia mental.

Talvez a Presença a que me refiro seja mais bem entendida como uma modificação da nossa autoconsciência. À medida que crescíamos e se desenvolvia um sentido do “eu” (saudável ou não, dependendo das circunstâncias), tornámo-nos presentes para nós mesmos, auto-conscientes, auto-julgadores, auto-observadores. “Ó, porque é que eu disse aquilo? Sinto que sou um fracasso. Se as pessoas soubessem a confusão que sou, nunca me teriam dado este emprego. (Ou, ocasionalmente) eu sou o maior!” Esta presença para nós mesmos pode tornar-se um fardo, até mesmo uma aflição. Cada vez mais, gostaríamos de a sacudir e de sermos simplesmente nós mesmos, espontâneos e não-auto-centrados.

Com uma crescente consciência contemplativa, esta intensa autoconsciência é modificada. Sabemos ainda quando pusemos “a pata na poça”, mas somos menos duros connosco mesmos, menos suscetíveis e autoprotetores.  De onde vem esta mudança? Algumas pessoas diriam que vem de um crescente sentido da presença de Deus. Este sentido é como os outros sentidos físicos e o sexto sentido da intuição. É inato, mas precisa de ser libertado e de crescer. A presença de Deus não é como uma pessoa que está a mais numa sala ou como a nossa sombra. É um “Eu Sou” que não compete ou ameaça. Vem para ser entendido como aquilo que nos torna capazes de estar presentes para nós mesmos, para os outros, para o mundo – e para Deus.

Este “Eu Sou” está em todo o lado. Não lhe podemos fugir; e porque é que haveríamos de querer fazê-lo? Se o tentarmos, estaremos a tentar fugir de nós próprios. Não nos pressiona nem puxa os nossos cordelinhos, mas acompanha-nos, em bons e maus tempos. Quando estamos bem, sentimo-nos em maior união com ele. Quando somos maus, ele não se retira nem se zanga, embora nós possamos retirar-nos e projetar a nossa ira.

A tribo do Êxodo no deserto era acompanhada por um pilar de nuvens, durante o dia, e um pilar de fogo durante a noite. Quando eu ouvi essa história pela primeira vez, em criança, recordo-me de pensar em como era simpático da parte de Deus adaptar a Sua presença a eles, de acordo com a sua capacidade para estarem conscientes d’Ele. Como nos recorda o evangelho de hoje, Ele veio para estar presente para nós, e para servir, em vez de para ser servido.
 

Laurence
 



Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 
original: AQUI


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv

0 Comentários

Terça-feira da Segunda Semana - Quaresma 2021

2/3/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 – Terça-feira da Segunda Semana
(Evangelho de hoje: Mt 23:1-12. O maior entre vós tem de ser o vosso servo)
 
A Terra Prometida é a viagem e a viagem é a Terra Prometida. Aceitar isto desapega-nos gradualmente das ideias ilusórias sobre qual o especto que poderia ter a meta que pensamos que temos de atingir pela resistência, pela virtude pessoal ou pela força de vontade. A meta de facto é abrir mão das imagens e até da vontade de ser bem-sucedido. A fé não é força de vontade. A prática torna-se mais autêntica à medida que a fé que ela encarna cresce em profundidade.
​
O propósito – isto é importante para os crentes tradicionais que estão a observar a Quaresma – não é fortalecer a vontade, mas transcendê-la. A vontade está excessivamente implicada com o ego e aceitou demasiados subornos dele para se poder confiar que não será de novo corrompida.

Quer isto dizer que simplesmente desistimos e nada fazemos com propósito? Isso significaria estarmos sem fé, o que não nos leva a lugar algum rapidamente. Se a vontade (em parceria com o ego) não for de todo usada, atrofia e tornamo-nos como as pessoas confinadas à cama que perdem tónus muscular. A vontade tem de ser exercitada duma forma que a desgaste até que possa ser transcendida. As pessoas que entendem porque é que dizem o mantra, entendem isto experiencialmente.

Então, passamos da vontade para a obediência, fazendo o que devíamos porque sabemos que é o que está certo. Adoptar esta abordagem é difícil para toda a gente porque é difícil para o ego, que sempre tenta fazer sociedade com a vontade. É especialmente difícil para as pessoas de Tipo A. Elas sentem que não irão ser tão competitivas se se tornarem obedientes em vez de intensificarem a sua vontade. De facto, a pessoa obediente trabalha e alcança o mesmo, se não muito mais, do que a vontade impulsionada pelo ego; e mantém a sua paz de espírito e equilíbrio.

Então, onde é que está a prova disto? “A experiência é a melhor prova”, dizia Francis Bacon, um dos fundadores do método científico. “A experiência é a mestra”, diziam os Padres e Madres do Deserto.

A primeira prova de que a Terra Prometida tem a ver com realização, não com invasão ou conquista, é o maná. Os israelitas no deserto foram alimentados com o maná, uma substância “leve, branca, em flocos” que encontraram no chão, como a geada da manhã. Disseram-me que aparece no menu de um restaurante em Nova Iorque, como uma espécie de seiva doce e nutritiva que mana de certas plantas e arbustos. Os factos são menos importantes do que a verdade porque, como sabemos agora, há sempre “factos alternativos”. A verdade é que este delicioso alimento não só os sustentou, mas deliciou os peregrinos do deserto. Tal como, a muitos cristãos, faz a Eucaristia, seja como for que seja servida.

Por outras palavras, a comida para a viagem é uma prévia prova de sabor do destino da viagem. O fim não está muito perto, então, mas mais próximo de nós do que estamos de nós mesmos. Já o podemos saborear agora. A palavra latina para sabedoria significa “sabor”. Que maior prova há do que o sabor? Especialmente se simultaneamente delicia e alimenta e nos mantém no caminho da realização de quem somos e de onde estamos, aqui e agora.

Qual é a vossa experiência do maná?
​


Laurence

​


Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 
original: AQUI


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv


0 Comentários

Segunda-feira da Segunda Semana - Quaresma 2021

1/3/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 – Segunda-feira da Segunda Semana
(Evangelho: Lc 6:36-38. Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso)


No último discurso de Martin Luther King, antes de ser assassinado, ele disse: “Eu só quero fazer a vontade de Deus. E ele permitiu-me ir à montanha. E eu vi a Terra Prometida. Estou tão feliz esta noite. Não estou preocupado com coisa alguma. Não temo pessoa alguma.” MLK estava mergulhado no grande mito fundador da Bíblia, o Êxodo. Tal como em todos os grandes mestres da Tradição Cristã, a linguagem e imagens da Bíblia estavam impregnados no seu pensar e na sua forma de se expressar, na verdade, de se entender a si mesmo. O que era a Terra Prometida que ele viu e que nós vemos, vivendo o significado interior do Êxodo na nossa Quaresma? Será que a conseguimos reconhecer como o propósito que nos faz prosseguir?

Moisés viu esta Terra de longe mas nunca nela entrou. A história bíblica diz que isso se deveu a ele ter duvidado de Deus a certo ponto da viagem, o que parece um pouco duro, dado tudo aquilo que ele teve de suportar. Prefiro pensar nisto como um indicador do que a Terra Prometida significa: não um lugar, um destino ou a realização dum plano, mas antes a própria viagem.

Na Era Axial (do séc. VIII ao séc. III aC, a era do grande despertar dos Upanishads, do Buda, de Platão, dos Profetas Hebreus), a Humanidade começou a pensar em si mesma como tendo um destino, uma realização para além dos ciclos da natureza e da sua própria sobrevivência. Era o grande mergulho interior. Moksha, Terra Pura, Paraíso, Janna, Nirvana são diferentes expressões desta descoberta e da nova esperança que ela despertou no propósito da vida. Embora, temos de o dizer, tenha sido também um grande disruptor e tal como todas as grandes luzes, tenha projetado uma grande sombra. E se eu falhar e não for para o Céu? E se eu cair no sofrimento eterno do outro lugar? De certa forma foi a segunda perda da inocência, outra queda que tinha que preceder o grande salto em frente.

O Reino dos Céus no ensinamento de Jesus é explicitamente não redutível a um lugar ou a uma utopia terrestre. «Não podemos dizer: “olhem, aqui está” ou “ali está…”» A religião sem uma consciência contemplativa insiste em pensar em termos de recompensa e punição. Mas Gregório de Nissa, de uma forma típica da visão mística em geral, vê-o como um infinito tornar-se, uma continuada e cada vez mais plena participação na natureza de Deus que é infinitamente simples. Esta foi a sua grande contribuição para o entendimento cristão. Há infinitos graus de Céu; não têm fim os quartos do Hotel Paraíso. A perfeição, tal como a beleza, a verdade e a bondade, não tem término.

John Main dizia da meditação que o que é importante saber é simplesmente que estamos “no caminho”. Perguntar: “Onde estou? Quanto tempo vai levar? Já cheguei…?” é falhar a grande verdade de que o Reino está dentro de nós e entre nós (“bem à mão”, como disse Jesus). Quais são os indicadores disto? Veremos alguns amanhã. Mas o evangelho de hoje aponta para o indicador essencial – que nos estamos a tornar semelhantes a Deus na nossa compaixão e amor pelos outros na viagem humana e que isto se reflete no nosso tornar-se menos propenso a julgar e dividir. A Terra Prometida está bem à mão.
 



Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 
original: AQUI


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv



0 Comentários

Segundo Domingo da Quaresma - Quaresma 2021

28/2/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 – Segundo Domingo da Quaresma
(Mc 9:2-10)
 
 
Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e leva-os, só a eles, para uma alta montanha onde podiam estar a sós.
Uma vez descreveram-no como “rezando sozinho na companhia dos seus discípulos”. Ele levou-os, como a nós, para onde estamos sós e ao mesmo tempo irrevogavelmente conectados: sós e com. Por muito que lhe resistamos, não há como evitar este destino.
 
Aí diante deles Ele foi transfigurado; as Suas vestes tornaram-se resplandecentes e muito brancas, como lavadeiro algum da terra as poderia branquear assim.
Ele não os podia convocar para mais profunda intimidade do que esta. A Sua forma física foi-lhes revelada, como Ele já sabia que era, translúcida com a luz do Pai. A partir do âmago do Seu ser. Ele diz: ´Eu sou a luz do mundo´.
 
E apareceu-lhes Elias com Moisés e ambos conversavam com Jesus.
Esta é a Sua herança espiritual: a Lei e os Profetas. Eles falam com Ele a partir de dentro d’Ele mesmo como a Palavra, do eterno para a história. Cada um deles entende cada um dos outros porque eles são um na Palavra encarnada.
 
Então Pedro diz a jesus: ´Mestre é maravilhoso para nós estarmos aqui; façamos três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e uma para Elias´. Ele não sabia o que dizer, pois estavam aterrados. 
Pedro é de novo o porta-voz dos Doze e mais uma vez mostra que a rocha sobre a qual Jesus fundou a Sua Igreja é falível, medrosa e no entanto, mais importante que tudo, fiel. O medo é um sinal de reconhecimento de que o que ele encontra é o limite de sua própria identidade.
 
Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem veio uma voz, ´Este é o Meu Filho Amado: escutai-O´.
Por detrás do véu, a partir de uma nova dimensão da realidade, eles recebem um entendimento, que não podem entender, sobre de onde Jesus vem e para onde Ele nos está a encaminhar a todos nós através daqueles que O escutam.
 
E de repente, olhando à volta, já não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles.
A vida continua como antes, mas é uma vida sendo transformada por aquilo que tinham visto.
 
E descendo eles da montanha, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, senão quando o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. Eles guardaram a palavra fielmente, indagando uns com os outros o que é que ressuscitar dos mortos poderia querer dizer.
Como poderiam eles falar disso abertamente naquele momento? Precisavam da revelação completa, a Ressurreição, que os iria transfigurar a eles e a toda a Humanidade.
(A Festa da Transfiguração é a 6 de Agosto, o dia em 1945 do ofuscante clarão de Hiroxima.)


Laurence



Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 
original: AQUI


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv
 


0 Comentários

Sábado da Primeira Semana - Quaresma 2021

27/2/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 – Sábado da Primeira Semana
(Evangelho de hoje: Mt 5:43-48 Ama os teus inimigos…)
 
Um dos nossos traços humanos comuns que a Quaresma (e a Quaresma prolongada da pandemia) realça é a fome da novidade. Os monges do deserto sentiam-na periodicamente após se esgotar o “primeiro fervor da conversão”. O que parecia fresco e esperançoso no começo perdia o florescimento da juventude e a sua doçura tornava-se até amarga e repulsiva. Quando a vítima desta “acédia” - ou entropia espiritual – descarregava o seu desânimo, inquietação e um feroz sentimento de traição no seu professor, ele ou ela ouviam palavras encorajadoras e recebiam um suave olhar de compreensão. O professor concluía: “Agora volta para a tua cela e senta-te e ela te ensinará tudo”. E deste modo, se eles assim pudessem, cumpririam e o ciclo retomaria o seu ritmo.

O crescimento é cíclico. Pisamos muitas vezes o mesmo chão. Há traços ou apegos que não conseguimos sacudir e temos de aprender a viver com eles. Então, com aceitação, podemos ser libertados. Nada disto é meramente uma repetição mecânica. Fracassar ou desistir do trabalho do desapego pode causar a intermitência do ciclo de crescimento ou a sua paragem total. No entanto falhar é uma ocasião para graça e para um novo começo. Se pararmos e começarmos de novo com todo o coração, retomaremos o caminho a um nível mais profundo. Isto apanha o ego desarmado e ajuda-nos a controlá-lo.

O anseio pelo novo está em todo o nosso metabolismo. Nós não somos máquinas. Nem somos como animais de estimação satisfeitos por comer a mesma comida todos os dias. (Os seus donos projetam os seus próprios anseios nos seus animais quando lhes compram mimos caros). O desejo sexual e o desempenho são igualmente condicionados pela necessidade de variedade.

Precisamos de confrontar e dominar esta busca incessante pela novidade separando-a da nossa criatividade inata. Criatividade – o que é verdadeiramente novo – surge espontaneamente depois de um trabalho árduo. Muita da nossa fome por mudança não é, na verdade, por algo realmente novo. Antes de o novo poder surgir, uma morte deverá ocorrer e, como sabemos, nós evitamos a morte como a uma praga. O nosso anseio é por variações naquilo que nos está a entediar após a sua atratividade ter sido descarregada. Nós não  queremos realmente o “novo e melhorado” dos artifícios de  marketing, mas o mesmo, com um leve toque ou uma nova embalagem. Mudar o estilo pessoal do penteado ou do vestuário, as séries da internet que nos viciam, o carro que conduzimos ou as assinaturas que eliminamos são satisfações temporárias deste ansiar.

Sentarmo-nos na nossa cela, aprender diretamente com ela, é a melhor forma de encontrarmos o realmente novo. É como encontrar uma fonte de água fresca depois de uma longa escavação. Uma vez encontrada, o trabalho árduo, as dores nas costas, a luta contra as obstinadas rochas e acédia, a nossa impaciência embaraçosa e a auto-distração desaparecem da memória. O verdadeiramente novo está sempre presente. Não precisamos mais de memória. Agora sabemos que ele estava, está, sempre lá aguardando que nós estejamos presentes para ele.

O verdadeiramente novo é perdoar. O seu efeito curador começa no instante da descoberta. Os velhos padrões podem voltar e atiçar-nos com anseios conhecidos. Mas o poder do verdadeiramente novo é o poder do eterno agora. Ele faz o ansiar pela novidade parecer algo infantil e antiquado. Os tempos de meditação e de escavação com o nosso mantra são a nossa cela. Têm de se tornar um trabalho regular e sério de modo a chutar-nos fora da órbita do ego e em direção à espontaneidade e alegria da nova criação, o paraíso que esta vida, neste mundo, pode ser, se virmos o que é agora na realidade pelo que verdadeiramente é.




Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv

0 Comentários

Sexta-feira da Primeira Semana - Quaresma 2021

26/2/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 - Sexta-feira da Primeira Semana
 
O Evangelho de hoje é: Mateus 5:20-26 “Pois digo-vos que, a não ser que a vossa justiça exceda a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no reino dos Céus.”

Algumas pessoas têm-me questionado recentemente sobre como é que o Ano Covid me influenciou pessoalmente. Julgo estar entre os dez por cento das pessoas que, segundo sugere a investigação, retiraram da situação uma vantagem geral, por algo embaraçoso que  possa ser dizê-lo.

Aparentemente, 60% das pessoas foram muito resilientes, algumas com uma doença mental pré-existente sofreram intensamente e outras sofreram episódios de depressão e ansiedade. Claro que esta é uma simples pesquisa estatística que ignora a sacralidade de cada experiência pessoal e a imensidade da tragédia que tem sido para alguns. A maior parte de nós moveu-se, ao longo do ano, por entre um espectro de respostas. Uma avaliação final poderá não ser conclusiva por alguns anos. Conheço pessoas que morreram e outras que têm sofrido de uma longa Covid. E estou muitíssimo consciente de que, embora tenhamos sido todos atingidos pela mesma tempestade, não estivemos, de modo nenhum, todos no mesmo barco.

Quando as paralisações começaram, eu estava em Bonnevaux com uma calorosa, animada e amorosa comunidade. É um lugar de uma grande beleza natural e uma longa história de contemplação impregnou-se na terra e nos edifícios, permitindo que emita uma contínua energia de paz. Ao longo dos anos tenho viajado muito. Mas, de cada vez que partia para uma viagem, muitas vezes tinha a esperança, por breves momentos no dia anterior ao da partida, que qualquer coisa acontecesse para cancelá-la. Algumas pessoas assumiram que eu me tinha apegado às viagens só pelo gosto de viajar, mas isso não é verdade. Contudo, uma vez longe, sentia-me em casa em todo o lado e profundamente abençoado pelas pessoas e lugares que visitava. Quando as viagens pararam, não senti de todo a falta delas e passei nove meses em Bonnevaux quase sempre contentemente. Entre o programa diário espiritual, sendo parte do que outros estavam a viver em comunidade e com sessenta e sete comunidades nacionais como família alargada, foi uma vida cheia, de facto muito cheia.

Sentimos a necessidade de chegarmos até às pessoas que se encontravam menos seguras e mais carentes do que nós. Por isso, desenvolvemos um programa online de formação e acompanhamento da meditação, oferecendo retiros e cursos e muitos conferencistas e diálogos, com o intuito de ajudar as pessoas a dar um sentido contemplativo à crise. Pelos comentários recebidos, sentimos que ele valeu a pena e foi, sem dúvida, um tempo intenso e criativo. Descobri o potencial espiritual da internet e também como isso podia ser mais exigente, em tempo e energia, do que a dimensão física. Também me senti com mais claridade em relação ao papel que Bonnevaux estava a ser chamado a desempenhar.

Depois, quando a comunidade decidiu parar por uns tempos, no fim do ano, vim para um ermitério em Bere Island e tenho passado várias semanas em solidão. Apesar de manter o ensino online, a vida tem sido muito diferente. Tenho podido fixar o meu próprio plano diário e meditar mais longamente. Tem sido, não só um tempo menos intenso do que antes, mas também me ajudou a revitalizar capacidades pessoais de paz e vivência contemplativa que tinham enfraquecido sem que eu desse por isso.

A Covid não tem sido nada fácil, mas tenho sofrido muito menos do que muitos outros. Espero que as graças que inesperadamente emergiram me ajudarão a, na nossa comunidade, servir melhor os que buscam um sentido neste caos, paz nos seus medos e Deus nos seus corações.
Laurence
 


Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB 
original: AQUI


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: http://www.meditacaocrista.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal

YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv



0 Comentários

Quinta-feira da Primeira Semana - Quaresma 2021

26/2/2021

0 Comentários

 
Imagem
Quaresma 2021 - Quinta-feira da Primeira Semana
 
 - Evangelho de hoje: MT: 7:7-12 “Pedi e ser-vos-á dado“…

​O evangelho hoje exemplifica como não ler e também como ler a Escritura – e na verdade a vida.

No Reino Unido, que tem um muitíssimo rápido e bem sucedido programa de vacinação, as notícias estão cheias de “quando poderemos voltar ao normal?´ Quando o numero de casos baixa, há apelos a que se salve a economia e se abra novamente. Quando  aumentam, culpa-se alguém por se ter aberto cedo demais. Os governos, que gostam de agradar a todos, escondem-se atrás  da “ciência”. Tenham cuidado com o que pedem porque poderão obtê-lo e não gostar.

O evangelho hoje abre com a garantia dada por Jesus de que, se nós pedirmos, iremos receber. Quem bater, terá a porta aberta e quem procura irá encontrar. Isto podia ser interpretado do mesmo modo de curto prazo e impaciente em que os governos podiam abrir restaurantes e hotéis cedo demais. Claramente, apenas pedir o que se quer não é como esfregar uma lâmpada mágica e pedir um desejo. “Se ao menos fosse assim”, poderíamos dizer. Mas, se a oração fosse a realização-de-desejo deste modo, a vida tornar-se-ia mortal de outro modo, mortalmente aborrecida; e a nossa humanidade ficaria reduzida ao baixo nível de um consumidor com um crédito infinito, cuja vida não realizada seria gasta a realizar desejos. Se Jesus quisesse dizer isso e se receber o que pedimos significasse uma gratificação instantânea, logo estaríamos a pedir para que essa grande bênção nos fosse retirada. Ansiaríamos por sofrimento de um cariz mais saudável.

Há uma mais profunda compreensão do mistério da vida nas últimas palavras da passagem. Jesus traça uma comparação entre um bom pai e Deus. Se uma criança pede pão ao pai será que o pai lhe vai dar uma serpente venenosa? “Do mesmo modo o vosso Pai que está no céu dá coisas boas a quem lhas pedir”.

Isto significa, peça, mas por algo em particular. Peça, mas de um lugar onde a fantasia não interfira com o puro desejo. Procure, mas procure interiormente e não no exterior. Busque sem imaginar o que está à procurar. Bata a uma porta que não pode abrir e espere por outro meio para poder entrar. Bata em ambos os lados da porta.

Termina com a Regra de Ouro que se encontra em todas as tradições de sabedoria, a universal chave-de-acesso para a realidade. É o que nós temos que fazer  se quisermos estar prontos para receber, para encontrar, para abrir a porta: Trate os outros como gostaria de ser tratado por eles.
​
Laurence


0 Comentários
<<Anterior

    WCCM Portugal 
    ​A nossa missão:

    Divulgar e fomentar a prática da meditação cristã segundo os ensinamentos de 
    John Main no seio da tradição cristã, num espírito de serviço à união entre todos.
     ​

    Imagem

    Histórico

    Fevereiro 2021

    Anos anteriores
    Quaresma 2020
    ​​Quaresma 2019
    ​Quaresma 2018

    Quaresma 2017
    Quaresma 2016
    Quaresma 2015
    Imagem
    Leitura Sagrada
    ​
    Evangelho Quotidiano

    Bíblia Sagrada
    ​
    ​Liturgia das Horas​​

    Categorias

    Todos

    Feed RSS

Powered by Crie o seu próprio site exclusivo com modelos personalizáveis.