
Quaresma 2021 – Quinta-feira da Terceira Semana
(Evangelho Lc 11:14-23. … então saibam que o Reino de Deu vos alcançou.)
Uma das minhas disciplinas para a Quaresma é manter estas reflexões diárias em menos de uma página. Às vezes, ou talvez demasiadas vezes, isso significa omitir ligações de ideias que poderiam tornar o ponto mais claro. Desculpem.
Ontem dei alguns saltos estranhos para dizer como é inalcançável a verdade; e como, o querer tornar tudo bem explícito e quantificável nos faz errar o alvo. (“Errar o alvo” é o significado literal da palavra “pecado” em grego). O resultado que nos resta é ficarmos abraçados a uma abstração, uma mão cheia de pó. Como o herói no filme Bladerunner 2049 cuja namorada era um programa de computador que foi encerrado quando o chip se quebrou.
Terminei ontem falando da conexão de John Main entre o que fazemos na meditação – que é desistir de tentar ser explícito – e o despertar para o implícito e revolucionário entendimento profundo do ensinamento sobre o Reino dos Céus. Não é fácil, mas funciona. Só quando você desiste do que pensava ser a melhor maneira de chegar a algum lado ou de alcançar uma meta, é que você de repente vê do que é que realmente se trata. A meta está ali desde sempre. “Que estúpido, como é que não vi isso antes?” É isto que quero dizer quando falo do sucesso do fracasso.
Em nenhuma situação isto é mais dolorosamente óbvio do que na meta da felicidade. Hoje, dizem-nos vezes sem fim que toda a gente devia procurar ser feliz como sua primeira prioridade. Isto significa que os políticos e outros estão excessivamente preocupados em ser populares fazendo as pessoas felizes no curto prazo. De facto, o que toda a gente quer é apenas estar livre da dor, o que é perfeitamente compreensível. Querer estar em sofrimento ou ter prazer em infligi-lo é antinatural e, se der prazer, isso não é felicidade.
Claro que todos nós queremos ser felizes, assim como ter prazer e estar livre da dor. Esta é uma tarefa difícil e às vezes temos essa sorte. Mas se buscamos a felicidade como uma meta, explicitamente, é inevitável falharmos. E, ao falharmos, ficamos descontentes e infelizes. Isto não quer dizer que Deus ou o universo não desejem a nossa felicidade. Em vez disso, sugere que a felicidade é encontrada no nosso adotar da disposição correta face ao modo como as coisas são (por mais agradáveis ou dolorosas que possam ser em qualquer situação).
A disposição correta significa uma aceitação e uma abordagem realista. Isto depende de como está organizado o nosso equipamento mental e emocional e de como abordamos as circunstâncias. “Pela alegria que estava diante dele, Ele suportou a Cruz” (Heb 12:2). Isso não quer dizer que desejasse sofrer ou tivesse algum prazer nisso. Mas Ele compreendeu aquilo para o que sofrimento era uma ponte. Ele estava preparado. Precisamos de ser treinados para sermos felizes.
Há conexões – entre felicidade, alegria, sofrimento, paz e as outras qualidades da experiência do Reino dos Céus que enchem as páginas dos evangelhos. Conhecê-las na nossa própria experiência é o que faz sua verdade implícita saltar da página e do cérebro diretamente para o coração.
Laurence
Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB
original: AQUI
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: http://www.meditacaocrista.com/
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv
(Evangelho Lc 11:14-23. … então saibam que o Reino de Deu vos alcançou.)
Uma das minhas disciplinas para a Quaresma é manter estas reflexões diárias em menos de uma página. Às vezes, ou talvez demasiadas vezes, isso significa omitir ligações de ideias que poderiam tornar o ponto mais claro. Desculpem.
Ontem dei alguns saltos estranhos para dizer como é inalcançável a verdade; e como, o querer tornar tudo bem explícito e quantificável nos faz errar o alvo. (“Errar o alvo” é o significado literal da palavra “pecado” em grego). O resultado que nos resta é ficarmos abraçados a uma abstração, uma mão cheia de pó. Como o herói no filme Bladerunner 2049 cuja namorada era um programa de computador que foi encerrado quando o chip se quebrou.
Terminei ontem falando da conexão de John Main entre o que fazemos na meditação – que é desistir de tentar ser explícito – e o despertar para o implícito e revolucionário entendimento profundo do ensinamento sobre o Reino dos Céus. Não é fácil, mas funciona. Só quando você desiste do que pensava ser a melhor maneira de chegar a algum lado ou de alcançar uma meta, é que você de repente vê do que é que realmente se trata. A meta está ali desde sempre. “Que estúpido, como é que não vi isso antes?” É isto que quero dizer quando falo do sucesso do fracasso.
Em nenhuma situação isto é mais dolorosamente óbvio do que na meta da felicidade. Hoje, dizem-nos vezes sem fim que toda a gente devia procurar ser feliz como sua primeira prioridade. Isto significa que os políticos e outros estão excessivamente preocupados em ser populares fazendo as pessoas felizes no curto prazo. De facto, o que toda a gente quer é apenas estar livre da dor, o que é perfeitamente compreensível. Querer estar em sofrimento ou ter prazer em infligi-lo é antinatural e, se der prazer, isso não é felicidade.
Claro que todos nós queremos ser felizes, assim como ter prazer e estar livre da dor. Esta é uma tarefa difícil e às vezes temos essa sorte. Mas se buscamos a felicidade como uma meta, explicitamente, é inevitável falharmos. E, ao falharmos, ficamos descontentes e infelizes. Isto não quer dizer que Deus ou o universo não desejem a nossa felicidade. Em vez disso, sugere que a felicidade é encontrada no nosso adotar da disposição correta face ao modo como as coisas são (por mais agradáveis ou dolorosas que possam ser em qualquer situação).
A disposição correta significa uma aceitação e uma abordagem realista. Isto depende de como está organizado o nosso equipamento mental e emocional e de como abordamos as circunstâncias. “Pela alegria que estava diante dele, Ele suportou a Cruz” (Heb 12:2). Isso não quer dizer que desejasse sofrer ou tivesse algum prazer nisso. Mas Ele compreendeu aquilo para o que sofrimento era uma ponte. Ele estava preparado. Precisamos de ser treinados para sermos felizes.
Há conexões – entre felicidade, alegria, sofrimento, paz e as outras qualidades da experiência do Reino dos Céus que enchem as páginas dos evangelhos. Conhecê-las na nossa própria experiência é o que faz sua verdade implícita saltar da página e do cérebro diretamente para o coração.
Laurence
Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB
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