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Reflexões para a Quaresma 2022


​LAURENCE FREEMAN OSB 

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Quinta-feira da Quinta Semana

7/4/2022

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Quinta-feira da Quinta Semana
 
 
Ao final da tarde de Domingo, depois da Conferência Nacional Italiana, eu andava a caminhar por Roma. Uma luz dourada banhava toda a gente, visitantes, locais, imigrantes, homens vestidos de centuriões para tirar fotos com os turistas. A mesma luz lavava as paredes a descamar, que exibiam as muitas camadas do passado, restos dos pilares de templos antes orgulhosos e de fóruns imperiais, humildes igrejas do séc. IV, o Castelo de Sant’Angelo, a fortaleza medieval com a sua saída de emergência para a fuga para o Vaticano dos papas Medici cercados, e Pizza Huts, montras da Gucci e lojas de recordações e um vendedor de rua que me cobrou quatro euros por um saquinho de nozes.
 
Cuja luz brilha de igual modo sobre bons e maus.
 
Quando sentimos que estamos incluídos na dança do ser, da qual ninguém nem nada é excluído deliberadamente, experienciamos paz. Mesmo no sofrimento e na injustiça, quando nada é excluído, a paz pode prevalecer. Esta é a paz além da compreensão, não como o mundo a dá.
 
As recentes imagens do assassinato de civis na Ucrânia lançaram um choque gelado, de náusea, que me atravessou a mim, a homens e mulheres em todo o lado e às infelizes crianças que têm de compreender que estas não são imagens dum filme. As pessoas reais são capazes de fazer isto. A pergunta em breve emerge: como é que podemos incluir este tipo de desumano mau comportamento e as pessoas por ele responsáveis na única realidade que se banha na luz imparcial e igual de Deus?
 
Porque é a mesma realidade em que um homem sem culpa, unido a Deus, pôde ser falsamente acusado, falsamente julgado e condenado e, de forma demasiado verdadeira sujeito a uma tortura fatal? No alto da parede de uma cela, sob as salas de operação do Dr. Mengele em Auschwitz, vi um desenho gravado de Cristo na Cruz. Era o início da resposta a “onde estava Deus enquanto estas atrocidade estavam a ser perpetradas?“
 
A realidade não é friamente objetiva. Nunca é mais bem comunicada do que através da compaixão. A verdade não é matemática. Quando ela é virada sobre todos os tipos de falsidade irá acabar por denunciar e dissolver a sua irrealidade.
 
Jesus disse que o Seu Pai era como a luz do Sol que brilha de igual modo sobre bons e maus. Ele não disse que o bom e o mau reagem à luz da mesma maneira.
 
Porque ela nos convence da compassiva e total unicidade da realidade, a meditação hoje em dia tem o potencial de ser a onda que traz a paz ao mundo.




Laurence



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Quarta-feira da Quinta Semana

6/4/2022

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Quarta-feira da Quinta Semana

Lembram-se do tempo em que se consultava um mapa para ir aonde queríamos? Toda a gente em Londres tinha um “De A a Z em Londres”, com todos os pequenos becos com o seu nome, embora, é claro, o sítio para onde íamos estivesse sempre ilegível na margem da página. Agora, descansamos na grande passividade do GPS, guiados por uma voz à nossa escolha, a partir de satélites que circundam o planeta e nos corrigem com a implacável paciência do Espírito Santo, sempre que desobedecemos às suas ordens.
 
Os mapas e as instruções ajudam a navegar em muitas das voltas e reviravoltas da vida. Sem as orientações que eles dão, podemos sentir-nos à deriva. O jovem que me disse: “Tenho o que eu queria; eu o consegui; mas sinto-me completamente perdido” era um vagabundo que se sentia sem ter um caminho ou direção. Tinha esperança de que a sua casa fosse o seu destino. Mas tinha-se desconectado de conhecer a sua casa como a direção na qual estamos a viajar, de um momento para o outro.
 
Nós facilmente sobrevalorizamos mapas, sistemas, explicações e até mesmo palavras sábias de orientação. O que realmente importa é estar em casa por entre as transições da vida. Por exemplo, no jargão espiritual, falamos de “níveis de consciência” e desenhamos diagramas que nos dão a sensação de trazer ordem à confusão criada por todas as coisas, deslizando e embatendo umas nas outras.
 
Olhar para mapas ou diagramas ou escutar brilhantes teorias pode parecer como se estivéssemos a olhar para grandes saltos de um nível para outro. Saltos que podemos não ter a coragem ou a energia para dar. Mas pensemos na vida como uma série de salas interconectadas num museu, cheias de fascinantes e deliciosas descobertas do passado e desafiantes vislumbres de possíveis futuros. A porta duma sala para a outra está sempre aberta. Não estamos trancados na nossa sala presente. Não há razão para temer a expansão do nosso sentido de “eu” ao movermos de uma para outra.
 
Podemos ver um mapa do museu na parede mas a experiência que realmente importa não é memorizá-lo, mas sim a experiência de busca e descoberta. Lentamente, gera-se um sentido da forma e da estrutura que estamos a explorar e ele torna-se a nossa própria forma.
 
Isto demora tempo – quarenta anos do Êxodo ou quarenta dias no deserto. Tememos ser vagabundos e queremos regressar, mas o medo evolui para a maravilha e o passado é transformado pelo que descobrimos no presente. Ó feliz Quaresma! Ó corajosa Ucrânia, aguenta firme! 




Laurence



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Terça-feira da Quinta Semana

5/4/2022

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Terça-feira da Quinta Semana
 
Há uma discussão permanente entre os estudiosos do Novo Testamento que diz respeito à tradução da frase grega “pistis Christou” de várias passagens de S. Paulo. Significa fé em Cristo ou a fé(plena), fidelidade de Cristo?
 
Pode-se dizer, dado que o mundo parece estar a desmoronar-se: será que isso realmente importa? Bem, sim e não. Não tanto, a partir do ponto de vista de lidar imediatamente com as crises da justiça económica, a Covid, o meio ambiente e a Ucrânia. Mas do ponto de vista de como poderemos desenvolver uma nova consciencialização através da espiritualidade cristã e de outras tradições de sabedoria, para lidarmos com as consequências de todas essas crises e mudarmos a nossa direção, sim importa.
 
A diferença das traduções salienta a diferença entre colocar a ênfase em nós próprios ou em Cristo. Se a fé que move montanhas e cura a Humanidade significa, predominantemente, a nossa fé em Cristo, o significado de fé pode ser reduzido a algo controlado pela força de vontade humana ou apenas a conceitos e crenças. Esta atitude tem enfraquecido a ligação viva da fé pessoal cristã com a sua fonte, a pessoa do Cristo Ressuscitado. Se, por outro lado, a ênfase recai na Sua fidelidade, a química da fé e da alquimia da Sua relação com a Humanidade é alterada. Já não estamos a tentar melhorar por nós próprios. Em lugar disso, experimentamos uma força adicional a trabalhar connosco a partir de uma outra dimensão. A fidelidade de Cristo gera e liberta esta força através de todas as dimensões do tempo e do espaço: a mesma ontem, hoje e amanhã.
 
A quê ou a quem é que Cristo é fiel? Esta é a questão-chave e as muitas maneiras de a responder podem se resolver, não numa resposta, mas num relacionamento plenamente realizado. A Ele próprio, à sua vocação, ao Pai, ao seu amor pela Humanidade, à inata fidelidade de Deus.
 
Ser fiel manifesta o máximo potencial e beleza da Humanidade. Pense-se no como a nossa, tantas vezes danificada, fé na natureza humana é renovada quando celebrarmos um casamento que dura há décadas, ou de uma pessoa que permaneceu fielmente comprometida com um trabalho por toda uma vida, ou alguém que cumpre uma promessa, apesar de lhe custar muito mais do que tinha imaginado a priori.
 
Como na maioria das disputas sobre isto ou aquilo, há uma verdade em ambas as posições. A fé de Cristo fortalece a nossa fé em Cristo. Mas é preciso ter fé no mistério vivo da verdade para ver que a resposta está para além da divisão e não na vitória de uma sobre a outra.




Laurence



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Segunda-feira da Quinta Semana

4/4/2022

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Segunda-feira da Quinta Semana
 
Ontem terminei dizendo que elevar o nível da consciência humana é uma responsabilidade comum, quer das tradições de sabedoria, quer de cada um de nós pessoalmente. Individualmente podemos não sentir que temos grande coisa com que contribuir em termos de sabedoria e isso pode ser verdade em termos individuais. Mas, assim como diz o slogan de uma cadeia de supermercados aos seus clientes, “cada pouco conta”.
 
Uma semana após o inspirador encontro global online da nossa comunidade global com os meditantes ucranianos, muitos de nós refletirmos sobre o que significa par-ticipar, compartilhar em e co-laborar uns com os outros. É uma vacina contra o vírus do isolamento individualista que se está espalhando pela nossa cultura materialista. Todos nós sentimos isso, mas de um modo difícil de colocar em palavras.
 
Poucos anos depois da Ressurreição, Paulo de Tarso discutia com Pedro e Tiago e os outros líderes do movimento de Jesus, em Jerusalém, acerca de quem poderia ser admitido na comunidade deles. A disputa reduziu-se a: tem de se ser judeu para pertencer a este movimento? A contenda foi – arquetipicamente – entre universalismo e separatismo. Por fim, a mais alargada e inclusiva mente de Cristo prevaleceu.
 
Como sinal dessa inclusiva unidade dos dois pontos de vista, que Cristo era suficientemente grande para incluir todos, Paulo concordou em angariar dinheiro para os sofredores seguidores de Jesus em Jerusalém. Esta foi uma parte importante da missão mais tardia de Paulo. Uma vasta quantia foi coletada nas comunidades cristãs gentílicas para os seus irmãos e irmãs judeus. Era apenas dinheiro mas um poderoso, sacramental sinal de amor.
 
A seguir ao nosso tempo de meditação e partilha com os ucranianos na semana passada lembrámos as pessoas das necessidades dos refugiados ucranianos que fogem das forças invasoras. Alberto e Maria, os nossos coordenadores na Ucrânia, estão a ajudar os refugiados que chegam a Lviv. Ontem, ouvi da nossa comunidade em Hong Kong que, em menos de três dias, angariaram mais de 30.000 euros para apoiar este trabalho que brota puramente da fonte da contemplação. Este dom é um sacramento de amor e unidade. É um exemplo de como as comunidades em redor da CMMC estão a manifestar, de muitas e variadas formas de generosidade, o grato maravilhamento que sentem ao saber que somos um – um conhecimento que é fruto da nossa diária meditação em conjunto.




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Quinto Domingo da Quaresma

3/4/2022

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Quinto Domingo da Quaresma
 
As notícias diárias vindas da Ucrânia, durante esta Quaresma, têm sublinhado o papel da “inteligência” militar e diplomática sobre o decorrer da guerra. Este tipo de inteligência significa conhecer o que cada lado não quer que o outro saiba. Tem a ver também com a interpretação da informação para benefício próprio (na esperança de que seja “boa inteligência”). Esta é uma palavra interessante de usar a propósito duma situação que trai as profundezas da estupidez humana: ilusão, arrogância e força brutalmente cruel.
 
Juntamente com muitas questões, como a Covid, a crise ambiental e a prédica da Democracia, o conflito na Ucrânia ensina-nos – tal como o irá fazer a Páscoa – por meio da tragédia. A lição a aprender é a de que a Humanidade agora tem de evoluir em consciência, bem para além do que pensa ser “inteligência” e bem além do seu orgulho na tecnologia. O modo como pensamos e como usamos as ferramentas depende do nosso nível de consciência. A Quaresma dá-nos uma nova perspectiva sobre as notícias diárias vindas dos limites da Europa que está tocando os corações humanos, em todo o lado, bem como estas questões globais.
 
Normalmente focamo-nos sobre o conhecimento científico, racional, mensurável e (supostamente) provável. A nossa obsessão com “entregáveis” e “desfechos” mostra como isto pode ser uma visão estreita e míope. Ela cega-nos com um medo do mistério, da incerteza e da intuição, que consideramos serem formas de ignorância, em vez das fontes de sabedoria que realmente são. Acreditamos que podemos medir tudo com ferramentas cognitivas – medir, prever, sistematizar tudo, até o espírito e a alegria de viver terem sido esvaziados. Tornamo-nos com vítimas sugadas por um vampiro.
 
Mas há três outras fontes de conhecimento que fluem diretamente da fonte de consciência e que esperam pela nossa redescoberta. A fé é conhecimento relacional gerado pela confiança mútua e pela lealdade a um bem comum. A esperança é o conhecimento implícito de que até mesmo os nossos fracassos e perdas na vida fazem parte dum padrão que leva ao florescimento da Humanidade. O amor é o supremo conhecimento da união que extravasa as bordas da consciência humana, estendendo os nossos horizontes com a pura luz da inteligência espiritual.
 
Quando estas três formas de conhecer disparam em conjunto, empurram-nos para fora da órbita da estupidez e do autocentramento. Então, reconhecemos o que estamos a ver, tal como os discípulos de Cristo ressuscitado fizeram, em tempos, em cada pessoa e em cada situação.
 
A Humanidade está lutando para se erguer até esta consciência mais elevada, antes de provocarmos danos fatais a nós mesmos, aos nossos descendentes e ao nosso planeta. É responsabilidade coletiva de todas as tradições de sabedoria fazer avançar esta evolução. Não é menos nossa responsabilidade pessoal, de cada um de nós, fazer este trabalho interior necessário e depositar num fundo comum qualquer pequeno 




Laurence



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Sábado da Quarta Semana

2/4/2022

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Sábado da Quarta Semana
 
 
A minha reflexão de ontem era sobre a saúde mental e terminou com uma referência à austeridade. Ramana tinha dito que «a cintilação da verdade despida do “eu” é a maior austeridade». 
 
Fiquei surpreendido e confuso com a palavra “austeridade”. Se ele tivesse dito “liberdade”, “paz”, “bênção”, teria sido mais fácil de entender. Eu associo a austeridade às duras medidas económicas que, intencionalmente, afetam mais os mais pobres e vulneráveis do que os ricos e poderosos. Mas, depois de refletir, maravilhou-me o quanto esta palavra exprimia acerca das condições necessárias para restaurar o equilíbrio dinâmico da saúde humana. Redução do excesso para apenas o que é necessário, autocontrolo e simplicidade. A verdade é assim e o mesmo acontece com a saúde.
 
Em Bonnevaux, em Maio, vamos acolher pessoas de todas as formações para um seminário sobre saúde, que não irá somente falar sobre saúde, mas “experimentá-la”. No âmbito do ritmo quotidiano da meditação, seremos relembrados por um médico, um herbalista e um terapeuta – e pela nossa própria experiência – que restaurar o equilíbrio do nosso sistema pessoal, tal como o da sociedade como um todo, requer uma delicada e curadora austeridade. Reconhecemo-la como uma austeridade justa quando compreendemos que a estamos a amar e estamos gratos.
 
Por “experimentá-la” quero dizer que o seminário irá conduzir-nos a ver pessoalmente como o sono, a nutrição, o exercício e o trabalho corporal, a par dos períodos de meditação e de partilha em conjunto, são os essenciais ingredientes saudáveis da vida humana. O fruto desta saúde é a generosidade de espírito e a capacidade de amar.
 
Antes de deitar a mão demasiado depressa ao bloco de receitas e antes de começar a desesperar pelo nosso estado mental ou pelo caos no mundo, porque é que não aprendemos, em primeira mão, o poder da autocura? Jesus diz muitas vezes aos que curou: “vai para casa, vai em paz; foi a tua fé que te curou”. Isto é o que esperamos que as pessoas irão sentir quando forem para casa, depois do seminário.
 
O primeiro passo na restauração da nossa saúde mental e da saúde do nosso planeta é ter fé nos poderes de como somos feitos.
 
     Plenamente Vivo, Bonnevaux, de 3 a 8 de Maio
. 


Laurence



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Sexta-feira da Quarta Semana

1/4/2022

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Sexta-feira da Quarta Semana
  
 
                    A cintilação da verdade despida do “eu” é a maior austeridade
 
 
As notícias sobre as conversações de paz na Turquia, entre russos e ucranianos, estão no topo da atualidade. Uma centelha bem-vinda de esperança. Qualquer raio de esperança ajuda a evitar o cinismo e o endurecimento do coração. Porém, é um alívio ouvir que os ucranianos não se estão a agarrar a falsas esperanças. “Vamos julgar Putin”, dizem eles, “que disse que não tinha intenção de invadir a Ucrânia até ao dia em que o fez; pelas ações das suas forças invasoras, não pelas suas palavras.”
 
Quando a mente sucumbe às suas forças de sombra – desespero, raiva, ciúme, orgulho, luxúria, só para nomear algumas – já não se pode confiar em que vá fazer bons julgamentos. Inevitavelmente, as decisões que tomamos em tais estados mentais pioram as coisas. As coisas já estão piores quando não conseguimos identificar e chamar pelo nome as forças escuras que nos ocupam. Como é que se negoceia com alguém sem qualquer autoconsciência crítica? É a escassez de confiança e, sem confiança, as relações humanas dissolvem-se.
 
Na nossa emergência lenta da era Covid, estamos a despertar para as mudanças que ela fez. Não apenas nos padrões de trabalho e nas formas de comunicar, mas para a saúde mental em geral, não menos importante nas crianças. Medicalizámos a saúde mental, tal como fizemos com a maior parte dos aspetos da saúde, muitas vezes reduzindo-a a um problema que a medicação pode resolver. Uma vez, uma estudante contou-me que foi ao seu médico para lhe explicar como se sentia mal depois da morte da sua avó, a quem era muito ligada, e da infidelidade do namorado, em quem tinha depositado a sua confiança. Antes de ter terminado de falar, ele já tinha passado uma receita e disse-lhe que voltasse dentro de um mês.
 
Enquanto humanos somos entidades compostas governadas por leis físicas, mentais e espirituais. Se deixarmos qualquer uma destas dimensões entretecidas fora da equação, ela torna-se desequilibrada em todas as dimensões.
 
Há alguns anos o Vaticano, numa fase particularmente pouco saudável, expressou a sua desaprovação a que houvesse mulheres diretoras espirituais em seminários para padres. Uma irmã que eu conhecia, que era uma guia espiritual muito amada e respeitada num grande seminário, contou-me que lhes tinham dito para se prepararem para uma inspeção de Roma. Quando o bispo-examinador chegou o pessoal do seminário reuniu-se para o saudar. Ele entrou afavelmente e deu uma volta apertando a mão a toda a gente, exceto às mulheres.
​
Como é que negociamos com os fanáticos, os desonestos, aqueles em quem não se pode confiar, os mentalmente-doentes? Não fingindo que as coisas estão normais quando não o estão. Falando verdade, como os ucranianos estão a fazer nas suas negociações hoje. Como Jesus fez durante os Seus julgamentos em tribunal.
 
Compreendendo o dito de Ramana citado acima. A verdade cintila quando as sombrias forças do ego são postas fora. Então, num espaço simples e transparente, sem cantos escuros onde as sombras se possam esconder, uma grande e corretiva austeridade se revela.




Laurence



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Quinta-feira da Quarta Semana

31/3/2022

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Quinta-feira da Quarta Semana
 
Jesus perturba-nos ao dizer que os ricos não podem entrar no Reino. Ramana Maharshi diz o mesmo – e, de modo similar perturba o nosso sentido dos valores – sobre a aprendizagem.
 
Com o termo yoga, nas sua palavras que se seguem, ele não se refere apenas ao exercício físico do yoga, mas a uma ciência de vida integral que abraça o corpo, a mente e o espírito, a moral e o entendimento:
 
             Para a prática do yoga, a aprendizagem académica é tanto um impedimento para um erudito como os apegos familiares o são para um leigo. A mera aprendizagem académica reduz uma pessoa à condição de uma máquina reprodutora, se ela não procurar transcender o karma. Os que não são eruditos são salvos de muitos males dos quais os eruditos se tornam vítimas.
 
Os talibãs poderiam seletivamente citar estas afirmações para justificar a sua recusa em escolarizar as raparigas. Os que pensam que o celibato clerical é um estado mais elevado do que o matrimónio também poderiam usar erradamente a referência aos apegos familiares. Este não é o seu significado. Procurar transcender o karma, irromper em brasa pela teia do passado, controlando o presente e o futuro, significa ter uma prática contemplativa. Sem isso, os assuntos da vida comum e do conhecimento intelectual tornam-se obstáculos no caminho da consciência unificada.
 
Ele está a mostrar como muita erudição e uma abordagem essencialmente intelectual ao caminho espiritual se tornam impedimentos, tal como pode suceder com a riqueza material. Uma grande fortuna pode isolar-nos, ao tornar-nos desconfiados e medrosos. A cultura livresca e as ideias podem enganar-nos e fazer-nos pensar que sabemos mais da verdade do que realmente sabemos. Podem até construir uma catedral erudita de pensamento que é, na realidade, apenas mais um sósia do verdadeiro conhecimento derrubado um dia pelo vento da experiência.
 
Não temos de esvaziar previamente a nossa conta bancária, a cada vez, antes de meditarmos. Iremos acabar por pensar de modo diferente sobre os nossos bens, se investirmos tudo na pobreza em espírito, duas vezes ao dia.  Porém, somos chamados “a renunciar a todas as riquezas do pensamento e da imaginação” (João Cassiano), cada vez que meditamos. O mantra é como a pedrinha na fisga de David que venceu o Golias do ego.
 
É por isso que a pobreza em espírito – o radical desapego de nós mesmos – é um mais profundo e pleno processo de transformação do que qualquer coisa que possamos fazer ao nível material. Este é o coração da Quaresma. Nada saber, e o nosso relacionamento com o que possuímos ou com o nosso estatuto social será transformado.
Nada tenho. Nada quero. Nada sei. Assim cantava um místico itinerante inglês, Richard Rolle, no séc. XIV. Quantos centros de poder altamente defendidos no mundo, políticos ou intelectuais, pode esta canção penetrar?



Laurence



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Quarta-feira da Quarta Semana

30/3/2022

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Quarta-feira da Quarta Semana
 
 
Quando Jesus disse aos Seus discípulos que era mais difícil para um rico entrar no Reino do que para um camelo passar no buraco duma agulha, eles ficaram chocados e confusos. Tal como muitos hoje em dia, assumiam que o sucesso e a riqueza na vida eram um sinal do favor de Deus, assim como a pobreza ou a derrota nas lutas da vida eram um castigo ou talvez apenas um sinal de que não estávamos prontos ainda.
 
Quanto é que precisamos de ter para sermos “ricos”? A dificuldade em responder a essa questão significa que temos um jeito de serpentear em torno da verdade do que Jesus diz. Há um crescente número de famílias trabalhadoras no Reino Unido no presente que não conseguem manter os seus filhos quentes à noite, por causa dos custos da energia, e que têm de complementar a comida à sua mesa com o que recebem dos bancos alimentares. Estes não são ricos mas há aqueles que na Etiópia estão a morrer de fome. Vladimir Putin é classificado como sendo, pessoalmente, mais rico do que qualquer outra pessoa na Terra, estimando-se que tenha 200 mil milhões de dólares e, seja como for, ele é obviamente rico. Mas há os que estão entre estes extremos, que fazem cuidadosamente os seus orçamentos anuais para ver se conseguem pagar a educação dos filhos ou ir de férias.
 
A simples definição de rico, no sentido em que Jesus está a usar a palavra, poderia ser: ter muito mais do que alguma vez poderíamos precisar, mas não se partilhar nem de perto, o que se poderia partilhar. Esta é a maldição da riqueza. Quanto mais se tem, mais se teme perder, mais possessiva se torna a pessoa e, assim, mais isolada. Esses estados mentais distorcidos mantêm a pessoa a bater violentamente à porta do Reino, que é uma coisa, tal como o amor, que o dinheiro não pode comprar. O que é que fazemos se somos ricos, neste sentido deprimente, e no entanto, também gostaríamos de ser amigos de Deus ou até mesmo de Jesus? A Igreja Ortodoxa Nacional Russa, que Putin comprou, tem dado um apoio indistinto à invasão da Ucrânia. Deus e até Jesus, segundo parece, podem ser comprados – mas apenas como sósias.
 
Como ter o suficiente e evitar a maldição de se ser rico? A filantropia ajuda mas ela pode ser também uma inteligente ferramenta para o rico. A única maneira real de lidar com o dinheiro é investir fortemente todos os dias na pobreza em espírito. É um investimento arriscado porque se irá transformar em autêntica riqueza no conhecimento de Deus. E então, o que fazer com as nossas mansões e os nossos super-iates?
 
Isto significa que cada estratagema e cada engano que o nosso ego usa para justificar a sua visão-dupla é denunciado. Somos deixados a lidar com a descoberta de que, para ter tudo, temos de abrir mão de absolutamente tudo. Quer isto aconteça de repente, como numa crise, quer gradualmente ao longo de trinta anos para aprender a meditar, a descoberta da realidade é a mesma.




Laurence



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Terça-feira da Quarta Semana

29/3/2022

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Terça-feira da Quarta Semana
 
Saiba que a pura e imutável consciência de si no coração é o conhecimento que, através da destruição do ego, concede a libertação.
 
Ramana destila em poucas palavras a sabedoria perene de milénios. É pegar ou largar. Podemos não conseguir escutar e confiar nela por causa da sua irredutível simplicidade. Ela não diz tudo sobre a consciência e o destino humanos. O que é que o poderá fazer? Mas ela expressa uma verdade que abre a mente auto-iluminada para si mesma, se nela confiarmos. A palavra do evangelho pistis que traduzimos como fé também significa confiança.
 
A confiança é o primeiro passo para a prática séria que nos poderá levar um dia – ou uma vida inteira – a realizar. Não importa quanto tempo. Tudo o que importa é que estamos a dar esse primeiro passo – a cada dia – até sabermos que já lá estamos.
 
Com a legião de crises rodopiantes que fazem tempestades à nossa volta por estes dias, este tipo de expressão da verdade poderia soar aspiracional, idealista, mas, bem, não apenas por agora. Naturalmente, a nossa primeira preocupação não deveria ser escrever leituras diárias e pensar sobre estas coisas, mas fazer o que pudermos para reduzir o sofrimento gerado por estas crises. Mas isto não é o que Ramana está à espera, que nos limitemos a pensar sobre isso. Se escutarmos, atenta e fielmente, e confiarmos, então iremos ver o auto-iluminado. E nos tornamos no que vemos.
 
S. Pedro sabia isto:
E temos assim mais confirmada a palavra dos profetas, à qual fazeis bem em prestar atenção como a uma lâmpada que brilha num lugar escuro, até que o dia desponte e a estrela da manhã nasça nos vossos corações. (2Pedro 1:19)
 
Simplesmente pensar nela, compará-la, analisá-la, armazená-la na memória é agir como o adicto que sabe que tem de largar a adição senão morrerá, mas mesmo assim adia o momento da verdade e da real conversão.
 
Se uma pessoa no planeta, a cada dia, pudesse escutar a um grau em que permitisse que o “mistério de Cristo em ti” seja auto-luminoso, a causa do sofrimento no mundo seria reduzida. Ele brilha por si mesmo porque não depende do pensamento ou de provas. Ele simplesmente é e nada o pode contradizer ou invadir.





Laurence



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