
Quarta-feira da Primeira Semana
“A verdade é que somos Cristo.” O que é que isto significa? Que diferença é que faz? E como podemos desenvolver este entendimento?”
Ela desafia a autocracia de qualquer universo ego-centrado. Hoje não precisamos de olhar para longe para ver as consequências da autocracia. Mas na medida em que cada pessoa é um microcosmo da Humanidade, podemos ser governados pela crença do ego na sua individualidade absoluta. Ver o individuo como um cliente em vez de um cidadão é instilado em nós, desde a infância, pelo nosso sistema de competição e aquisição de riqueza e o consumismo que ele usa para o alcançar.
O que significa ser um cidadão? Somos partes do todo; mas o todo é igualmente parte de nós e, nesta realidade, somos todos diversamente um. Este entendimento inundou as mentes dos primeiros cristãos. Se o que começavam a entender sobre Ele era verdadeiro, então, o mundo como eles tinham conhecido antes tinha mudado para sempre. “Em Cristo não há judeu nem grego, não há escravo nem senhor, não há homem nem mulher”. Todas as distinções donde dependem a hierarquia e a autocracia são dissolvidas em Cristo.
Santo Agostinho viu isto ao examinar a frase do Salmo 60: Eu clamei por ti desde os confins da terra enquanto o meu coração estava angustiado. Ele pergunta se isto é uma pessoa a falar. Bem, ele disse que já não é mais uma pessoa: ou, melhor, é uma no sentido de que Cristo é um e todos nós somos os seus membros. É “esta unidade que nós somos” que clama desde os confins da terra.
Esta é uma mudança de perceção que dá resposta à pergunta do cético: “‘como pode Deus permitir que tudo isto aconteça?”. Não procure Deus por detrás do computador cósmico. Encontre Deus no grito dos pobres, dos infelizes e nos que resistem à tirania. A presença de Deus é a graça trabalhando na lama e confusão que criamos para nós próprios nas ilusões da individualidade.
A Quaresma é um tempo para concentração nos detalhes e no imediatismo da qualidade espiritual das nossas vidas e não em grandes abstrações. Enraizados nessa realidade, veremos melhor a graça a trabalhar, não nos jogos geopolíticos, mas em todos os pequenos atos de bondade que exprimem a nossa intuição de que “esta unidade é o que realmente somos”. Mesmo quando as nossas vidas individuais ou interesses se encontram ameaçados, ou simplesmente presos na nossa tristeza, nós somos milagrosamente capazes desses atos de bondade que dizem: “você é meu parente”.
John Main disse uma vez que a melhor maneira de nos prepararmos para a meditação é fazendo pequenos atos de bondade na vida diária. Através deles veremos toda a panorâmica na qual existimos.
Laurence
Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: http://www.meditacaocrista.com/
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv
“A verdade é que somos Cristo.” O que é que isto significa? Que diferença é que faz? E como podemos desenvolver este entendimento?”
Ela desafia a autocracia de qualquer universo ego-centrado. Hoje não precisamos de olhar para longe para ver as consequências da autocracia. Mas na medida em que cada pessoa é um microcosmo da Humanidade, podemos ser governados pela crença do ego na sua individualidade absoluta. Ver o individuo como um cliente em vez de um cidadão é instilado em nós, desde a infância, pelo nosso sistema de competição e aquisição de riqueza e o consumismo que ele usa para o alcançar.
O que significa ser um cidadão? Somos partes do todo; mas o todo é igualmente parte de nós e, nesta realidade, somos todos diversamente um. Este entendimento inundou as mentes dos primeiros cristãos. Se o que começavam a entender sobre Ele era verdadeiro, então, o mundo como eles tinham conhecido antes tinha mudado para sempre. “Em Cristo não há judeu nem grego, não há escravo nem senhor, não há homem nem mulher”. Todas as distinções donde dependem a hierarquia e a autocracia são dissolvidas em Cristo.
Santo Agostinho viu isto ao examinar a frase do Salmo 60: Eu clamei por ti desde os confins da terra enquanto o meu coração estava angustiado. Ele pergunta se isto é uma pessoa a falar. Bem, ele disse que já não é mais uma pessoa: ou, melhor, é uma no sentido de que Cristo é um e todos nós somos os seus membros. É “esta unidade que nós somos” que clama desde os confins da terra.
Esta é uma mudança de perceção que dá resposta à pergunta do cético: “‘como pode Deus permitir que tudo isto aconteça?”. Não procure Deus por detrás do computador cósmico. Encontre Deus no grito dos pobres, dos infelizes e nos que resistem à tirania. A presença de Deus é a graça trabalhando na lama e confusão que criamos para nós próprios nas ilusões da individualidade.
A Quaresma é um tempo para concentração nos detalhes e no imediatismo da qualidade espiritual das nossas vidas e não em grandes abstrações. Enraizados nessa realidade, veremos melhor a graça a trabalhar, não nos jogos geopolíticos, mas em todos os pequenos atos de bondade que exprimem a nossa intuição de que “esta unidade é o que realmente somos”. Mesmo quando as nossas vidas individuais ou interesses se encontram ameaçados, ou simplesmente presos na nossa tristeza, nós somos milagrosamente capazes desses atos de bondade que dizem: “você é meu parente”.
John Main disse uma vez que a melhor maneira de nos prepararmos para a meditação é fazendo pequenos atos de bondade na vida diária. Através deles veremos toda a panorâmica na qual existimos.
Laurence
Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB
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