
Quinto Domingo da Quaresma
As notícias diárias vindas da Ucrânia, durante esta Quaresma, têm sublinhado o papel da “inteligência” militar e diplomática sobre o decorrer da guerra. Este tipo de inteligência significa conhecer o que cada lado não quer que o outro saiba. Tem a ver também com a interpretação da informação para benefício próprio (na esperança de que seja “boa inteligência”). Esta é uma palavra interessante de usar a propósito duma situação que trai as profundezas da estupidez humana: ilusão, arrogância e força brutalmente cruel.
Juntamente com muitas questões, como a Covid, a crise ambiental e a prédica da Democracia, o conflito na Ucrânia ensina-nos – tal como o irá fazer a Páscoa – por meio da tragédia. A lição a aprender é a de que a Humanidade agora tem de evoluir em consciência, bem para além do que pensa ser “inteligência” e bem além do seu orgulho na tecnologia. O modo como pensamos e como usamos as ferramentas depende do nosso nível de consciência. A Quaresma dá-nos uma nova perspectiva sobre as notícias diárias vindas dos limites da Europa que está tocando os corações humanos, em todo o lado, bem como estas questões globais.
Normalmente focamo-nos sobre o conhecimento científico, racional, mensurável e (supostamente) provável. A nossa obsessão com “entregáveis” e “desfechos” mostra como isto pode ser uma visão estreita e míope. Ela cega-nos com um medo do mistério, da incerteza e da intuição, que consideramos serem formas de ignorância, em vez das fontes de sabedoria que realmente são. Acreditamos que podemos medir tudo com ferramentas cognitivas – medir, prever, sistematizar tudo, até o espírito e a alegria de viver terem sido esvaziados. Tornamo-nos com vítimas sugadas por um vampiro.
Mas há três outras fontes de conhecimento que fluem diretamente da fonte de consciência e que esperam pela nossa redescoberta. A fé é conhecimento relacional gerado pela confiança mútua e pela lealdade a um bem comum. A esperança é o conhecimento implícito de que até mesmo os nossos fracassos e perdas na vida fazem parte dum padrão que leva ao florescimento da Humanidade. O amor é o supremo conhecimento da união que extravasa as bordas da consciência humana, estendendo os nossos horizontes com a pura luz da inteligência espiritual.
Quando estas três formas de conhecer disparam em conjunto, empurram-nos para fora da órbita da estupidez e do autocentramento. Então, reconhecemos o que estamos a ver, tal como os discípulos de Cristo ressuscitado fizeram, em tempos, em cada pessoa e em cada situação.
A Humanidade está lutando para se erguer até esta consciência mais elevada, antes de provocarmos danos fatais a nós mesmos, aos nossos descendentes e ao nosso planeta. É responsabilidade coletiva de todas as tradições de sabedoria fazer avançar esta evolução. Não é menos nossa responsabilidade pessoal, de cada um de nós, fazer este trabalho interior necessário e depositar num fundo comum qualquer pequeno
Laurence
Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: http://www.meditacaocrista.com/
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
YouTube: https://www.youtube.com/user/meditacaocristaTv
As notícias diárias vindas da Ucrânia, durante esta Quaresma, têm sublinhado o papel da “inteligência” militar e diplomática sobre o decorrer da guerra. Este tipo de inteligência significa conhecer o que cada lado não quer que o outro saiba. Tem a ver também com a interpretação da informação para benefício próprio (na esperança de que seja “boa inteligência”). Esta é uma palavra interessante de usar a propósito duma situação que trai as profundezas da estupidez humana: ilusão, arrogância e força brutalmente cruel.
Juntamente com muitas questões, como a Covid, a crise ambiental e a prédica da Democracia, o conflito na Ucrânia ensina-nos – tal como o irá fazer a Páscoa – por meio da tragédia. A lição a aprender é a de que a Humanidade agora tem de evoluir em consciência, bem para além do que pensa ser “inteligência” e bem além do seu orgulho na tecnologia. O modo como pensamos e como usamos as ferramentas depende do nosso nível de consciência. A Quaresma dá-nos uma nova perspectiva sobre as notícias diárias vindas dos limites da Europa que está tocando os corações humanos, em todo o lado, bem como estas questões globais.
Normalmente focamo-nos sobre o conhecimento científico, racional, mensurável e (supostamente) provável. A nossa obsessão com “entregáveis” e “desfechos” mostra como isto pode ser uma visão estreita e míope. Ela cega-nos com um medo do mistério, da incerteza e da intuição, que consideramos serem formas de ignorância, em vez das fontes de sabedoria que realmente são. Acreditamos que podemos medir tudo com ferramentas cognitivas – medir, prever, sistematizar tudo, até o espírito e a alegria de viver terem sido esvaziados. Tornamo-nos com vítimas sugadas por um vampiro.
Mas há três outras fontes de conhecimento que fluem diretamente da fonte de consciência e que esperam pela nossa redescoberta. A fé é conhecimento relacional gerado pela confiança mútua e pela lealdade a um bem comum. A esperança é o conhecimento implícito de que até mesmo os nossos fracassos e perdas na vida fazem parte dum padrão que leva ao florescimento da Humanidade. O amor é o supremo conhecimento da união que extravasa as bordas da consciência humana, estendendo os nossos horizontes com a pura luz da inteligência espiritual.
Quando estas três formas de conhecer disparam em conjunto, empurram-nos para fora da órbita da estupidez e do autocentramento. Então, reconhecemos o que estamos a ver, tal como os discípulos de Cristo ressuscitado fizeram, em tempos, em cada pessoa e em cada situação.
A Humanidade está lutando para se erguer até esta consciência mais elevada, antes de provocarmos danos fatais a nós mesmos, aos nossos descendentes e ao nosso planeta. É responsabilidade coletiva de todas as tradições de sabedoria fazer avançar esta evolução. Não é menos nossa responsabilidade pessoal, de cada um de nós, fazer este trabalho interior necessário e depositar num fundo comum qualquer pequeno
Laurence
Reflexões para a Quaresma 2021 - LAURENCE FREEMAN OSB
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